Quando procurou a vacina em Caitité, no interior da Bahia, a jogadora de vôlei Ana Flávia Almeida Nascimento, de 17 anos, esperava já viajar imunizada para integrar a equipe do Mackenzie, cuja sede fica no Bairro Santo Antônio, Centro-Sul de BH. Porém, a atleta não conseguiu se vacinar na cidade natal. A mãe dela, muito preocupada com a mudança, orientou a filha a procurar a proteção. Depois da chegada a Belo Horizonte, foi a diretora do clube, Leonésia Cardoso Soares Neto, de 73, quem se dispôs a orientar a garota em busca da imunização e da tranquilidade dos pais.
Na recepção, servidores informavam que a distribuição de senhas iria das 9h às 14h30, ou até a entrega limite de 200 senhas. Às 9h30, meia hora depois do início da aplicação das doses, 100 pessoas já aguardavam na fila. Ana Flávia pegou a senha de número três e foi atendida por volta das 9h30. O procedimento de cadastro e vacinação demorava entre 10 e 15 minutos. Logo depois de ser imunizada, a atleta se sentiu mal e precisou aguardar um pouco antes de se levantar da cadeira.“Graças a Deus, agora está tudo certo. Vou levá-la à escola e ver se ainda dá pra pegar alguma aula”, comemorou Leonésia. “Missão cumprida. Vou mandar WhatsApp para minha mãe”, brincou ela, já recuperada do mal-estar.
O primeiro da fila no Carlos Chagas foi o professor Ercides Alves de Souza, de 54. Ele chegou às 5h30 da manhã ao posto. “Diante desse surto e dessa procura por vacinas, eu achei que poderia vir mais cedo, imaginando que às 7h já estivessem vacinando. Mas encontrei tudo fechado e escuro”, contou. Com aula marcada para as 7h em uma escola da Avenida João Pinheiro, ele teve que avisar que não iria.
A situação foi bem parecida no Centro de Saúde Osvaldo Cruz, onde havia apenas uma equipe vacinando e a fila só crescia. Na unidade houve relatos de pessoas que chegaram a esperar cerca de quatro horas pela dose (leia abaixo). A informação repassada na unidade foi de que senhas só seriam distribuídas após as 17h, para atender àqueles que chegassem na última meia hora de aplicação das doses contra a febre amarela.
REFORÇO NA VACINAÇÃO Começou a funcionar ontem, às 8h, o posto de atendimento temporário para vacinação dentro da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com 500 doses disponíveis por dia. Apesar de a fila ter cerca de 200 pessoas quando a equipe do EM esteve no local, por volta das 10h30, a agilidade no atendimento era muito maior, já que cinco pessoas trabalhavam cadastrando os presentes e outras cinco vacinavam. No início da manhã, já haviam sido distribuídas 325 senhas. “Temos mais 500 doses para amanhã (hoje) e 500 para sexta-feira. No sábado e domingo não vamos funcionar.
Outros três postos extras serão instalados nas regiões Oeste, Barreiro e Venda Nova, mas a PBH ainda está finalizando o processo de contratação dos profissionais para atuar nesses lugares. A localização levará em conta o fluxo de pessoas e a facilidade de acesso. O horário ainda está sendo definido. Contando os centros extras e os 150 que já existem, serão mais 90 profissionais para reforçar a vacinação, mas o prazo para que eles atuem ainda não foi informado..