Depois de ataques contra dois ônibus, os veículos do transporte público de Montes Claros, na Região Norte de Minas Gerais, voltaram a circular no início da noite desta quinta-feira. De acordo com a Associação das Empresas do Transporte Coletivo de Montes Claros (ATCMC), apenas 41 coletivos, a escala mínima para atender a população, voltaram para as ruas, com policiais em seu interior. Segundo a Polícia Militar (PM), cinco pessoas foram presas por causa dos crimes. A suspeita é que a ordem dos atos de vandalismo tenha partido dos presídios. A Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) informa que os ataques estão sendo investigados.
Os dois ônibus incendiados em Montes Claros pertenciam à empresa Princesa do Norte. O primeiro ataque ocorreu por volta das 10h30 em uma avenida entre os bairros Recanto das Águas e Village do Lago. Homens encapuzados, que estavam em uma moto, entraram no ônibus armados e ordenaram que todos os passageiros descessem. Em seguida, os dois criminosos atearam fogo ao veículo. O motorista e o cobrador conseguiram apagar as chamas com uso de extintores. Mesmo assim, poltronas foram destruídas. Por meio das redes sociais, passageiros disseram que foram ameaçados.
O segundo ataque foi por volta do meio-dia. Dois homens encapuzados e armados entraram em um ônibus na Avenida das Américas, próximo à entrada de um condomínio, na Região do Grande Independência. A tática foi bem semelhante do primeiro caso. Eles ordenaram a saída dos ocupantes e depois colocaram fogo nas poltronas. As chamas se espalharam rapidamente e destruíram totalmente o veículo. O ônibus estava lotado de estudantes.
Uma testemunha afirmou que a ordem para o ataque aos ônibus partiu de dentro do Presídio Regional de Montes Claros. O ato seria um protesto dos detentos contra a superlotação, carência de serviço médico e falta de veículos para a remoção de presos. A Polícia Militar (PM) disse desconhecer qualquer informação nesse sentido. A Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) informou que o caso está sendo investigado. “Não é possível estabelecer relação entre o fato ocorrido e o Sistema Prisional até que a Polícia Civil conclua as investigações criminais”, disse a Seap, por meio de nota.
Devido aos prejuízos e para dar mais segurança aos usuários e funcionários, os ônibus foram recolhidos para as garagens. Eles retornaram para as ruas por volta das 18h, depois que a PM conseguiu prender cinco pessoas suspeitas de envolvimento nos ataques. Elas estavam com galões cheios de combustível. Além disso, a corporação disponibilizou dois policiais para ficar em cada um dos 41 veículos que voltaram a circular, escala mínima para atender a população. Nesta quinta-feira, policiais vão receber apoio de agentes da Guarda Municipal, que também circularão nos ônibus.
RB