Centenas de pessoas chegaram cedo ao Serviço de Atenção à Saúde do Viajante, na Rua Paraíba, Savassi, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, para se vacinar contra a febre amarela. O posto hoje separou um setor especialmente para atender às pessoas que vão se imunizar contra a doença. Neste sábado, 36 centros de saúde da capital estão abertos desde as 8h para a vacinação contra a enfermidade. A expectativa da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) é vacinar 200 mil pessoas neste sábado.
No Centro de Saúde Pompeia, Região Leste de BH, a expectativa é vacinar pelo menos 600 pessoas neste sábado, de acordo com a enfermeira Maria Imaculada Dilma, responsável pelo setor. "Espero atender bastante, para aliviar o movimento durante a semana, já que neste sábado estamos aqui exclusivamente para isso", diz. De segunda a sexta-feira, de 90 a 100 pessoas por dia têm sido imunizadas na unidade.
Deve procurar as unidades quem não está com o cartão de vacina atualizado contra a doença. Maiores de 60 anos que nunca tomaram a dose serão imunizados somente se apresentarem prescrição médica. É importante levar documentos: cartão de vacina, documento de identificação com foto e comprovante de endereço.
De acordo com a gerente de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal da Saúde, a expectativa é de aplicar 200 mil doses de vacina. Desde o início do ano, 350 mil pessoas foram vacinadas em Belo Horizonte. Para ela, o risco de contaminação na capital mineira é baixo. “Não acredito que vai ser febre amarela urbana. Não tem nenhum paciente de Belo Horizonte internado”.
Avanço da doença
A febre amarela segue atingindo marcas nunca vistas no país. Dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES) divulgados nessa sexta-feira mostram que já são 1.012 notificações da doença somente neste ano. O número de mortes já chega a 78, recorde negativo do maior número de pessoas que perderam a vida em decorrência da enfermidade desde 1980 – primeiro dado disponível na série histórica de acompanhamento feito pelo Ministério da Saúde. A pasta investiga a morte de macacos em mais quatro cidades da região metropolitana e rumor em um quinto município.
Desde segunda-feira, as notificações da doença estavam praticamente estagnadas. Porém, de quinta-feira para esta sexta-feira, entraram mais sete registros para a lista da SES, saltando de 995 para 1.012. Desse total, 220 casos já foram confirmadas para a febre amarela. Outros 735 ainda estão sendo investigados pela pasta. O número de mortes suspeitas também aumentou. Foram incluídos mais cinco casos, saindo de 169 para 174. Desses, 78 já foram confirmados como febre amarela. Esse é o maior número de óbitos registros pela doença no país. Em 2000, ano que detinha o recorde negativo, 40 pessoas morreram vítimas do vírus.
Mortes de macacos
se espalham Outra preocupação das autoridades de saúde é com a chegada da febre amarela em áreas urbanas. Foram registrados óbitos de primatas em mais cinco cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Estão sendo investigadas as causas das mortes em Esmeraldas, Ibirité, Jaboticatubas, e Santa Luzia. Já em Vespasiano, há rumores dos óbitos. Na capital mineira, Betim e Contagem, a doença foi confirmada nos animais.