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Porém, mesmo que o bloco, o primeiro grande a desfilar pelas ruas da capital, aparentemente não tenha mobilizado os 100 mil foliões que os organizadores previam, as consequências para o tráfego foram desastrosas. Quem se viu preso no engarrafamento no entorno da avenida mais movimentada do Centro se revoltou: “Tem uma hora que estou agarrado no trânsito. Acho um absurdo liberarem festa de carnaval em horário de pico. Atrapalha a vida de todo mundo. Onde as autoridades estão com a cabeça?”, questionou Eduardo Melo, de 54 anos, que saía do trabalho e tentava ir para casa.
O carnaval não foi o único responsável. Para desespero de quem queria apenas chegar ao seu destino, o caos no tráfego da capital começou cedo.
QUE BELEZA Apesar do tumulto no entorno, dentro dos limites do bloco o som de buzinas e irritação deu lugar a muito batuque e suingue, no ritmo do bonachão Tim Maia. Na festa em que único congestionamento era de alegria, o Chama o Síndico se concentrou na Praça Tiradentes, esquina de Afonso Pena com Avenida Brasil, antes de partir rumo à Praça Sete. O próprio desfile atrasou cerca de uma hora, obviamente graças ao trânsito travado. Mas quem conseguiu driblar o tumulto partiu atrás da banda ao som de “Uh, uh, uh, que beleza!”.
Nesse ritmo, não faltaram glitter, copo de catuaba e cerveja gelada na mãos dos foliões. Um grupo de amigos saiu direto do trabalho para dar largada ao carnaval’2017. A assistente administrativo Aline Jannotti, de 27, estava entre as mais animadas no primeiro grande bloco da temporada. “Ano passado foi ótimo! Este ano promete ainda mais! Até o momento, está perfeito, sem filas para o banheiro e com muito policiamento”, elogiou.
O clima de pura euforia tomou conta da avenida, com milhares de “condôminos” cantando e dançando ao som das releituras de sucessos de Tim Maia e Jorge Ben Jor, repertório característico do bloco, que prometia levar a festa até o começo da madrugada. O arquiteto Flávio Savaget, de 36, chamava a atenção na multidão, com o “Juízo” nas costas, fantasia que abriga um tanque abastecido de bebida. “Tudo em excesso é ruim. Mas perder um pouco do juízo pode”, brincou.
Até quem estava longe do olho do furacão entrou no clima.