Febre amarela barra fluxo de 56 mil pessoas por mês em áreas turísticas de BH

Apenas no Parque das Mangabeiras, são 50 mil pessoas todos os meses visitando a unidade. Outras seis mil frequentam o mirante e o Parque da Serra do Curral, que ficam na mesma região e estarão fechados durante o carnaval

Valquiria Lopes
Parque das Mangabeiras é o principal espaço de lazer afetado pela circulação do vírus da febre amarela - Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A PRESS
Já chega a 11 o número de macacos encontrados mortos em Belo Horizonte em 2017, ano em que Minas Gerais enfrenta o maior surto de febre amarela silvestre já registrado no país pelo Ministério da Saúde. As mortes dos primatas, que servem de indício para a circulação do vírus da doença, foram registradas em áreas de preservação da capital e, por causa do risco de contaminação, mais dois espaços de lazer da cidade foram interditados ontem.

Depois dos parques Jacques Cousteau, na Região Oeste, e das Mangabeiras, na Centro-Sul, terem sido fechados por tempo indeterminado, a prefeitura suspendeu também a visitação no Mirante das Mangabeiras e no Parque da Serra do Curral. As medidas foram adotadas preventivamente com o objetivo de evitar que o surto de febre amarela silvestre chegue à capital, com casos autóctones, ou seja, aqueles contraídos dentro da própria cidade.

A PBH informou ontem que, além do primeiro macaco recolhido em uma área de mata do Parque dos Mangabeiras há cerca de um mês, os restos mortais de um segundo primata foram coletados recentemente na área verde – a data não foi divulgada. O material recolhido foi encaminhado para o laboratório da Fiocruz e ainda não há resultado do exame.

De acordo com a Fundação de Parques Municipais, o Mirante foi fechado porque é um espaço que faz parte do Parque das Mangabeiras, enquanto o Parque da Serra do Curral é uma área contígua. Segundo a prefeitura, esta é a primeira vez que os três espaços são interditados simultaneamente. O fechamento do Mangabeiras foi recomendação da Secretaria Municipal de Saúde, que emitiu nota técnica na noite de quarta-feira alertando para o risco de contágio de visitantes pelo vírus da febre amarela.

O documento informa sobre mortes fora de época de macacos, o que torna não recomendável a circulação de milhares de pessoas no local.
A nota alerta ainda para a ocorrência de mortes em outros pontos da cidade. De acordo com a secretaria, o índice de cobertura vacinal de Belo Horizonte era de mais de 70% e, além disso, houve reforço com aplicação de mais de 250 mil doses. No entanto, a capital mineira deve receber cerca de 500 mil turistas durante o carnaval, reunindo em torno de 2,4 milhões de foliões.

Em janeiro, a rede de saúde de Belo Horizonte recebeu, com suspeita de febre amarela, cinco moradores da capital e uma belo-horizontina que vive na Suíça, em férias na cidade. Os pacientes, além de três pessoas do interior que deram entrada em unidades da capital com sintomas da doença, foram internados no Hospital do Barreiro. Dos nove, oito evoluíram bem, enquanto um homem de Itueta, no Vale do Rio Doce, morreu. A febre amarela urbana está erradica no Brasil desde 1942. E, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, medidas de controle epidemiológico, além de reforço vacinal, foram adotados na capital para evitar casos da enfermidade.

SEM SURTO
Por meio de nota, a Secretaria de Saúde informou que não há surto em Belo Horizonte e ressaltou que tem adotado medidas de caráter preventivo que visam proteger a população. Entre elas estão o reforço vacinal, com abertura, até o momento, de três postos extras: no campus da UFMG, no centro de saúde Betânia e no Centro de Referência em Saúde do Trabalhador Barreiro (CEREST). Esta última unidade já está funcionando e fica na Rua Pinheiro Chagas, 125. O horário de funcionamento normal é das 8h às 17h30, mas por causa do carnaval, o posto terá expediente diferente na semana que vem. Vai funcionar na segunda (27/02), quarta-feira (1/03, após 13h), quinta e sexta (2 e 3/03). Na terça-feira, 28/02, feriado de carnaval, não abrirá.

PÚBLICO MENSAL
Parque das Mangabeiras
50 mil pessoas
Mirante das Mangabeiras
3 mil
Parque Serra do Curral
3 mil
Fonte: Prefeitura de Belo Horizonte

NOSSA HISTÓRIA
Junto ao palácio

Considerado área de preservação ambiental, o mirante está localizado no Bairro das Mangabeiras, atrás do palácio do governador, em uma área de aproximadamente 35.400 metros quadrados. O espaço de onde se tem uma linda vista panorâmica da cidade faz parte do Parque das Mangabeiras, área verde inaugurada na capital em 1982.
Em 2012, o mirante passou por oito meses de obras e foi completamente revitalizado. Com a reforma, o espaço foi todo cercado e dois deques de madeira instalados em níveis diferentes, proporcionando ao visitante uma visão privilegiada da capital e de seu belo horizonte.
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