Depois de 177 mortes terem sido notificadas no interior de Minas por febre amarela silvestre, a doença começou a matar também na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O primeiro óbito pela doença teve como local provável de infecção o município de Esmeraldas. O paciente, um homem de 48 anos, residente em Contagem, morreu na terça-feira.
A informação foi divulgada ontem no boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (SES). Ao todo, já são 178 mortes em 2017, ano que tem o pior surto da história do país já registrado pelo Ministério da Saúde. Do total de óbitos, 91 foram confirmados. Ladainha, no Vale do Mucuri, é o município com maior número de mortes notificadas. São 21, com 14 confirmadas.
Em janeiro, a rede de saúde de Belo Horizonte recebeu, com suspeita de febre amarela, cinco moradores da capital e uma belo-horizontina que vive na Suíça, mas que estava na cidade de férias. Os pacientes, além de três pessoas do interior que também deram entrada em unidades da capital com sintomas da doença, foram internados no Hospital do Barreiro. Dos nove, oito evoluíram bem, enquanto um homem de Itueta, no Vale do Rio Doce, morreu.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de BH, todos os pacientes da capital relataram viagem a cidades do interior da região do surto de febre amarela. O tipo urbano da doença está erradicado no Brasil desde 1942. E, segundo a secretaria, medidas de controle epidemiológico, além de reforço vacinal, foram adotados na capital para evitar casos da enfermidade.
Outra informação importante de monitoramento para a vigilância epidemiológica do estado é o registro da morte de macacos em diferentes regiões de Minas. O fenômeno está sendo investigado em 79 municípios e já há confirmação em outros 75. Em mais 99 cidades, a SES recebeu informações de rumores de que restos mortais de primatas foram recolhidos.
Na Grande BH, tanto Contagem, segundo a SES, local de residência do paciente que faleceu de febre amarela na última terça-feira, quanto Esmeraldas, município apontado como provável local de infecção, são citadas no boletim epidemiológico como cidades com registro de morte de macacos. Além delas e de Belo Horizonte, mais 15 municípios integram a lista com registro de investigação, confirmação ou rumor da morte de primatas, o que funciona como indício da circulação do vírus da febre amarela.
Em BH, já são 11 macacos encontrados mortos em áreas de preservação e outros espaços da cidade. Por causa do risco de contaminação pela doença, os parques Jacques Cousteau, na Região Oeste, o das Mangabeiras, na Região Centro-Sul, o Mirante das Mangabeiras e o Parque da Serra do Curral foram interditados por tempo indeterminado.
As medidas foram adotadas preventivamente pela administração municipal com o objetivo de evitar que o surto de febre amarela silvestre chegue à capital, com casos autóctones, ou seja, aqueles contraídos dentro da própria cidade.
A PBH informou ontem também que, além do primeiro macaco recolhido em uma área de mata do Parque dos Mangabeiras há cerca de um mês, os restos mortais de um segundo primata foram coletados, recentemente, na área verde. A pasta não divulgou a data e informou que o material recolhido foi encaminhado para o laboratório da Fiocruz e ainda não há resultado do exame.