Morte por febre amarela confirmada na Grande BH detonou plano de combate imediato

Segundo o Secretário Sávio Souza Cruz, providências já foram tomadas por causa da morte do homem de 48 anos, morador de Contagem

Ivan Drummond
Devido aos riscos de contaminação, alguns primatas foram isolados em áreas da Fundação Zoo-Botânica - Foto: Daniel Alves/Fundação Zoo-Botânica/Divulgação
“Em estado de prontidão.” Assim pode ser definida a maneira como a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais trata o episódio da febre amarela, depois de confirmada a primeira morte de um homem, de 48 anos, de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ele teria contraído o vírus nas proximidades da cidade de Esmeraldas, na última terça-feira. Apesar de a confirmação ter sido obtida só de quinta para sexta-feira, providências já foram tomadas, segundo o Secretário Sávio Souza Cruz.


Ainda na sexta-feira, foi feita a vacinação das populações de Medeiros e Cachoeirinha, distritos de Esmeraldas onde esteve a vítima da doença, o 178º caso em Minas gerais”, informou Souza Cruz. O secretário explicou que equipes da pasta bateram de porta em porta nos dois distritos para vacinar homens, mulheres e crianças. “Tivemos de agir rápido.”

De acordo com o secretário, preocupam também os casos de macacos encontrados mortos em parques da capital. “A Secretaria já disponibilizou para a Secretaria Municipal de Saúde lotes da vacina, que deverão ser aplicadas nos postos de saúde da prefeitura. Cabe ao município fazer a vacinação.” Ao todo, meio milhão de vacinas foram disponibilizadas.

A Secretaria fornece as vacinas, mas sua distribuição e imunização da população estão a cargo da PBH, como frisou Sávio Souza Cruz. Sobre o perigo de contaminação durante o carnaval, ele reconheceu que o risco surge com a frequência maior de visitas a cachoeiras e parques, mas disse acreditar que a previsão de chuvas vá reduzir o fluxo de visitantes a esses locais.

“Se tivermos chuvas, a procura por esses lugares para passeios em família cairá ou não ocorrerá.”

Minas já teve 178 casos de mortes notificadas no interior por febre amarela silvestre. Os registros da Secretaria de Saúde confirmam tratar-se do maior surto da história do país já registrado. Do total de mortes, 91 já foram confirmadas como casos de febre amarela. O município com o maior número de óbitos – 21, dos quais 14 casos confirmados – é Ladainha, no Vale do Mucuri.

Ainda segundo boletim da Secretaria de Saúde, são 1.048 casos de febre amarela notificados em Minas, dos quais 251 confirmados. Até o momento, a doença já teve casos registrados em 87 municípios, com confirmação em 46 dessas cidades. Uma informação importante considerada para o monitoramento da vigilância epidemiológica do estado são as mortes de macacos, que já foram registradas em 79 municípios. Em outras 99 cidades, as autoridades foram informadas de que haveria primatas mortos recolhidos.

Contagem e Esmeraldas, locais de residência e provável ponto de infecção do paciente morto na terça-feira, estão entre os municípios em que  houve mortes de macacos. BH registrou 11 macacos encontrados mortos em áreas de preservação e, por causa do risco de contaminação por febre amarela, os parques Jacques Cousteau, na Região Oeste, o das Mangabeiras,  o Mirante das Mangabeiras e o Parque da Serra do Curral, na Região Centro-Sul, foram interditados por tempo indeterminado.

REGISTRO ASSUSTADOR

Ocorrências da doença

178 mortes no Brasil
91 mortes em Minas    
81 vítimas do sexo masculino
87 vítimas mulheres
1.048 casos notificados
251 confirmados
87 municípios onde a doença ataca
21 casos numa mesma cidade, em Ladainha (MG)

.