O surto de febre amarela silvestre em Minas, que já causou 99 mortes, inclusive na Região Metropolitana de Belo Horizonte, leva a Fundação Hemominas a fazer uma campanha de esclarecimento e a adotar medidas na triagem, a fim de reforçar a segurança nas doações e não comprometer a qualidade do sangue. “Não tivemos problemas na queda de doações de sangue em Belo Horizonte, mas em Governador Valadares (Vale do Rio Doce) e em Teófilo Otoni (Vale do Mucuri), a fundação adotou um plano de contingência. Juiz de Fora supriu as necessidades dos municípios”, informou ontem a médica Priscila Rodrigues, coordenadora do Hemocentro de BH.

Conforme nota técnica conjunta divulgada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Ministério da Saúde, os candidatos a doação de sangue que foram vacinados contra febre amarela devem aguardar quatro semanas, a partir da data da imunização, para doar. Já os que foram infectados pelo vírus serão considerados inaptos para doação por seis meses. A medida inclui a triagem de doadores de órgãos e tecidos e visa à prevenção da transmissão do agente causador da doença.

A nota técnica diz ainda que candidatos à doação de sangue que moram em áreas silvestres, rurais ou de mata dos municípios com casos suspeitos ou confirmados de febre amarela, e que não tenham sido vacinados, deverão ser considerados inaptos para a doação. Potenciais doadores que viajaram para as áreas de risco e que não tenham sido vacinados também serão considerados inaptos por 30 dias após retornar. A recomendação também informa que os doadores devem ser instruídos para que comuniquem o serviço de hemoterapia caso apresentem  sintoma de processo infeccioso até 14 dias após a doação.

De acordo com o Ministério da Saúde, o principal fator de risco é a exposição de indivíduos não vacinados a áreas silvestres, rurais ou de mata dos municípios vulneráveis à doença. A lista completa de municípios com casos suspeitos de contágio pela virose pode ser acessada no site da pasta.

Participação

A coordenadora do Hemocentro de BH explica que a campanha, iniciada em 16 de janeiro, quando foram adotados novos critérios para triagem de doadores diante do surto de febre amarela, está sendo bem-sucedida e muitas pessoas se apresentaram para doar sangue antes da imunização. “Outras agendaram para 30 dias depois de tomar a vacina”, acrescentou. O período de carnaval, que tem uma demanda grande de sangue, surpreendeu a direção da entidade. “Abrimos no sábado, segunda e quarta-feira e tivemos um comparecimento bom de doadores, entre eles pessoas de grupos religiosos, de igrejas e outros”, disse Priscila.

Serviço
Informações extras sobre doação de sangue no www.hemominas.mg.gov.br ou ligue 155, opção 8.