Em defesa da vida, da natureza e da saúde do planeta. O arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, abriu neste sábado, na Serra da Piedade, em Caeté, na Grande BH, a Campanha da Fraternidade (CF) 2017, que, neste ano, traz como tema Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida e o lema Cultivar e guardar a criação (Gn 2.15). “Nossa Igreja, a cada quaresma, nos chama a olhar o mundo com atenção para os assuntos sociais e socioambientais. Desta vez, ela nos desafia a conhecer melhor nossa terra, que é riquíssima. Devemos, portanto, nos posicionarmos com dignidade diante da riqueza que recebemos do criador, que é nosso pai. Precisamos desenvolver a sensibilidade para vivermos com mais justiça, menos ganância e mesquinhez, e equilibrarmos melhor não só a natureza, como a vida social e política no Brasil”, afirmou.
Dom Walmor celebrou missa às 15h e disse que não poderia haver um lugar melhor, para lançamento da CF, do que a Serra da Piedade, que guarda a imagem da padroeira de Minas, Nossa Senhora da Piedade, esculpida por Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1737-1814). “Aqui estão dois dos mais importantes biomas brasileiros, que são a mata atlântica e o cerrado. Ao mesmo tempo em que é um centro de espiritualidade, a serra é também uma escola de educação ambiental integral.
Iniciativa anual da Igreja católica no Brasil que envolve toda comunidade em diversas ações pastorais, a CF 2017 foi lançada na quarta-feira de cinzas, em Brasília (DF), pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). De acordo o secretário-geral da CNBB e bispo auxiliar de Brasília, dom Leonardo Ulrich Steiner, a proposta do tema é “enfatizar as belezas e diversidades de cada bioma brasileiro, criando uma relação da vida com a cultura do povo que habita esses lugares”.
ROMARIA
Dom Walmor ressaltou que, neste ano jubilar, estão sendo celebrados os 250 anos de peregrinação ao topo da Serra da Piedade, com programação que irá até o fim de dezembro. “Na quaresma, vamos ter um período de muitas peregrinação”, destacou. Em 2016, o local recebeu cerca de meio milhão de pessoas, entre brasileiros e estrangeiros.
O arcebispo contou que a história do santuário da padroeira de Minas começa no século 18, com o relato de um milagre: a Virgem Maria teria aparecido para uma jovem surda, no alto da Serra da Piedade. A partir desse dia, a garota passa a falar e a ouvir, o fato se espalha rapidamente por toda a região e muita chega ao topo do maciço para rezar. O episódio toca o coração do português Antônio da Silva Bracarena, então na colônia para ganhar dinheiro. Mas ele se converte e decide dedicar sua vida à construção de uma capela no lugar onde ocorrera o milagre. O singelo templo dedicado a Nossa Senhora da Piedade começa a ser erguida em 1767 e, mais tarde, ganha a imagem esculpida por um jovem de Ouro Preto, depois reconhecido como mestre do Barroco mineiro – Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. .