Integrantes de uma ONG de proteção aos animais, formada por professores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), registraram um boletim de ocorrência na tarde desta sexta-feira contra um funcionário administrativo da instituição que teria cometido crime ambiental, crime contra o patrimônio e intimidação de aluna.
A denúncia de que o homem estava depredando os comedouros e bebedouros dos animais que habitam a faculdade foi feita por uma estudante de pós-graduação da Faculdade de Letras (Fale), que alegou ter flagrado a ação. Segundo ela, o funcionário teria dito que serviria “uma última refeição" a eles, o que foi interpretado como ameaça de envenenamento.
No ano passado, 16 gatos foram assassinados dentro da UFMG, no complexo de Humanidades, que compreende a Fale, a Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich) e a Escola de Ciências da Informação (ECI). Neste ano, quatro bichanos já foram encontrados mortos no mesmo local. Por conta dessa situação, professores da Fafich criaram a ONG BastAdotarUm deles é o professor Luiz Carlos Villalta. Ele conta que, na última terça-feira, a aluna que presenciou os atos do funcionário chegou a ele com as informações que o incriminam. Duas semanas antes, a BastAdotar havia anunciado uma recompensa de R$2 mil para quem encontrasse os possíveis responsáveis pelas mortes de felinos e o depredador das vasilhas.
Diante dos fatos, no mesmo dia, Luis Carlos marcou uma reunião com a diretora da Faculdade de Letras, a professora Graciela Ravetti, para falar sobre o problema. Segundo Villalta, após expor os fatos, a docente apenas afirmou tratar-se de “excelente funcionário” e acrescentou haver proibição legal à presença de animais em prédios púbicos. Ela não falou se vai investigar o caso ou abrir uma sindicância para apurar os fatos. A associação manifestou insatisfação nas redes sociais e registrou o boletim de ocorrência, na 17ª Companhia do 34º Batalhão da Polícia Militar, para que o caso do funcionário seja investigado.
Em nota, as diretorias da Fale, Fafich e ECI, disseram que convivem há anos com a população de gatos e que não mantêm projeto de acolhimento aos bichos. Elas reconhecem também que o ambiente oferece riscos à integridade e vida de gatos, seja pela presença de cães no campus, seja pelos ataques desumanos que vêm acontecendo de tempos em tempos. Destacam também que resoluções, envolvendo a Reitoria da UFMG, a Prefeitura de Belo Horizonte, a Câmara Municipal, a Associação BastAdotar e as diretorias das unidades estão sendo encaminhadas. Por fim, afirmam que soluções éticas definitivas para a presença destes felinos estão sendo analisadas. Sobre o funcionário e a instauração de uma investigação nada foi dito.
A professora Mirian Chrystus, diretora de comunicação da BastAdotar, fez um histórico sobre o tratamento da universidade a esses animais abandonados nos campi. “Ao longo dos últimos 16 anos houve mudanças no chamado 'ar do tempo': já não existem mais as cruéis câmaras de gás, e, desde 2002, foi criado o grupo de controle de zoonose, base para o surgimento da ong BastAdotar, numa tentativa de “controle ético da população felina”. Os defensores que atuam na UFMG há cerca de 15 anos, conseguiram encaminhamento para mais de mil animais para castração, tratamento e adoção. Também promoveram seminário sobre a questão animal e uma dezena de feiras de adoção na entrada da Fafich”.
Ainda segundo a professora, “a UFMG, uma das cinco maiores do país, deveria servir de exemplo de contemporaneidade no relacionamento com animais, ao lado de outras como a Universidade do Pará, que tem um programa de proteção aos animais, USP, ou Viçosa, aqui do lado, no interior, que tem um gatil e promove a adoção constante, em vez da indiferença com matança”, acrescenta Mirian Crystus.
Por fim, o professor Luiz Carlos Villalta diz que “a Constituição Federal proíbe maus-tratos contra animais e torna o poder público responsável pelas vidas deles. É preciso que se dê um destino a esses animais. No campus da Saúde da UFMG, por exemplo, há um projeto em que as faculdades de Medicina e Enfermagem cuidam dos animais deixados ali. A ação é liderada por professores, que se encarregam de acolher, vacinar, castrar e doar os animais”, completa Villalta.
A denúncia de que o homem estava depredando os comedouros e bebedouros dos animais que habitam a faculdade foi feita por uma estudante de pós-graduação da Faculdade de Letras (Fale), que alegou ter flagrado a ação. Segundo ela, o funcionário teria dito que serviria “uma última refeição" a eles, o que foi interpretado como ameaça de envenenamento.
No ano passado, 16 gatos foram assassinados dentro da UFMG, no complexo de Humanidades, que compreende a Fale, a Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich) e a Escola de Ciências da Informação (ECI). Neste ano, quatro bichanos já foram encontrados mortos no mesmo local. Por conta dessa situação, professores da Fafich criaram a ONG BastAdotarUm deles é o professor Luiz Carlos Villalta. Ele conta que, na última terça-feira, a aluna que presenciou os atos do funcionário chegou a ele com as informações que o incriminam. Duas semanas antes, a BastAdotar havia anunciado uma recompensa de R$2 mil para quem encontrasse os possíveis responsáveis pelas mortes de felinos e o depredador das vasilhas.
Diante dos fatos, no mesmo dia, Luis Carlos marcou uma reunião com a diretora da Faculdade de Letras, a professora Graciela Ravetti, para falar sobre o problema. Segundo Villalta, após expor os fatos, a docente apenas afirmou tratar-se de “excelente funcionário” e acrescentou haver proibição legal à presença de animais em prédios púbicos. Ela não falou se vai investigar o caso ou abrir uma sindicância para apurar os fatos. A associação manifestou insatisfação nas redes sociais e registrou o boletim de ocorrência, na 17ª Companhia do 34º Batalhão da Polícia Militar, para que o caso do funcionário seja investigado.
Em nota, as diretorias da Fale, Fafich e ECI, disseram que convivem há anos com a população de gatos e que não mantêm projeto de acolhimento aos bichos. Elas reconhecem também que o ambiente oferece riscos à integridade e vida de gatos, seja pela presença de cães no campus, seja pelos ataques desumanos que vêm acontecendo de tempos em tempos. Destacam também que resoluções, envolvendo a Reitoria da UFMG, a Prefeitura de Belo Horizonte, a Câmara Municipal, a Associação BastAdotar e as diretorias das unidades estão sendo encaminhadas. Por fim, afirmam que soluções éticas definitivas para a presença destes felinos estão sendo analisadas. Sobre o funcionário e a instauração de uma investigação nada foi dito.
A professora Mirian Chrystus, diretora de comunicação da BastAdotar, fez um histórico sobre o tratamento da universidade a esses animais abandonados nos campi. “Ao longo dos últimos 16 anos houve mudanças no chamado 'ar do tempo': já não existem mais as cruéis câmaras de gás, e, desde 2002, foi criado o grupo de controle de zoonose, base para o surgimento da ong BastAdotar, numa tentativa de “controle ético da população felina”. Os defensores que atuam na UFMG há cerca de 15 anos, conseguiram encaminhamento para mais de mil animais para castração, tratamento e adoção. Também promoveram seminário sobre a questão animal e uma dezena de feiras de adoção na entrada da Fafich”.
Ainda segundo a professora, “a UFMG, uma das cinco maiores do país, deveria servir de exemplo de contemporaneidade no relacionamento com animais, ao lado de outras como a Universidade do Pará, que tem um programa de proteção aos animais, USP, ou Viçosa, aqui do lado, no interior, que tem um gatil e promove a adoção constante, em vez da indiferença com matança”, acrescenta Mirian Crystus.
Por fim, o professor Luiz Carlos Villalta diz que “a Constituição Federal proíbe maus-tratos contra animais e torna o poder público responsável pelas vidas deles. É preciso que se dê um destino a esses animais. No campus da Saúde da UFMG, por exemplo, há um projeto em que as faculdades de Medicina e Enfermagem cuidam dos animais deixados ali. A ação é liderada por professores, que se encarregam de acolher, vacinar, castrar e doar os animais”, completa Villalta.