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Estado de Minas

Minas tem 55 cidades com risco para febre amarela por conta da morte de macacos

Óbitos de primatas nesses municípios apontam risco de ampliação do surto e evidenciam necessidade da vacina, já que não há casos humanos em nenhum desses lugares


postado em 11/03/2017 06:00 / atualizado em 11/03/2017 10:15

Uma das cidades que ainda não registrou contaminação de humanos por febre amarela, mas já foram registrados macacos mortos é Belo Horizonte, que precisou fechar o PArque Jacques Cousteau (foto), após um primata ser encontrado morto na unidade(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A PRESS)
Uma das cidades que ainda não registrou contaminação de humanos por febre amarela, mas já foram registrados macacos mortos é Belo Horizonte, que precisou fechar o PArque Jacques Cousteau (foto), após um primata ser encontrado morto na unidade (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A PRESS)
A mancha de alerta que indica as 49 cidades mineiras com casos já confirmados de febre amarela em 2017 pode avançar sobre o mapa do estado. Alerta, sobretudo, para 55 municípios onde o poder público constatou a morte de macacos pelo vírus, mas não há registro da doença em humanos. Comparados, os mapas nesta página, que registram os locais com casos confirmados da doença em macacos e em humanos dão uma ideia de como a mancha pode se espalhar, caso a população ignore a importância da vacina e alerta que a morte dos primatas significa.


Os primatas são uma espécie de sentinelas da enfermidade, pois também podem morrer se infectados pelos transmissores da doença. Na área rural os vetores são os mosquitos dos gêneros Sabethes e Haemagogus. Na urbana, o vetor pode ser o Aedes Aegypti, o mesmo da dengue, chikungunya, e zika, embora não haja registro comprovado de transmissão por esse mosquito desde 1942.

Todos os registros este ano de febre amarela em humanos em Minas Gerais são na modalidade silvestre. Balanço divulgado ontem pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) revelou 1.089 notificações. Destas, 288 foram confirmadas e 57 descartadas. O total de óbitos comprovados subiu para 109 – oito a mais que o boletim de terça-feira. Outras 79 mortes são investigadas.

Este já é o pior surto da história do país. Para se ter ideia, de 1989 a 2009, no último ano em que um caso de febre amarela em humano foi registrado no estado, ocorreram 44 mortes. Em outras palavras, em menos de 90 dias morreram quase três vezes mais pessoas que no acumulado de duas décadas.

A planilha da SES lista 49 cidades com casos diagnosticados. Mas o número pode subir. O poder público encontrou diferentes espécies de primatas mortos pela febre amarela em mais 55 municípios. Em 12 há casos notificados que aguardam análises laboratoriais.

São elas: Ipatinga (7 casos investigados), Timóteo (4), Vermelho Novo (2), Governador Valadares (11), Peçanha (1), São João Evangelista (4), São Pedro do Suaçuí (2), Caputira (2), Luisburgo (1), São João do Manhuaçu (1) e Franciscópolis (1).

A mancha no mapa das cidades em que macacos morreram sem que haja registro da doença em humanos avança em praticamente todas as regiões do estado. No Triângulo, por exemplo, foram encontrados primatas em Uberaba e Uberlândia, municípios onde ninguém foi infectado. Na Zona da Mata, o mesmo ocorre em Juiz de Fora e em Ewbank da Câmara.

“Onde há macaco morto por febre amarela, há risco grande de pessoas serem contaminadas”, alertou o pesquisador Eduardo Maranhão, da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz, no Rio de Janeiro. Ele destaca dois grupos de risco. O primeiro é o dos moradores do campo ou em regiões próximas a matas.

“O outro é o das pessoas que não residem nesses locais, porém, ganham a vida ou se divertem neles. Por exemplo, quem faz trilha na mata, quem é empregado de parques ou estações ecológicas, quem pesca em rios, quem caça...”, listou o pesquisador. O receio dele é que a doença chegue à modalidade urbana, transmitida pelo Aedes, o que não ocorre no Brasil há mais de meio século.

“A febre amarela no país teve origem na mata, por isso, a chamamos de silvestre quando o transmissor é Sabethes ou o Haemagogus. Mas o vírus é o mesmo transmitido pelo Aedes. O risco é a reintrodução do vírus da febre amarela urbana. Há Aedes pra danar...”, justificou.

Por isso, reforça o médico Estevão Urbano, presidente da Associação Mineira de Infectologistas, é melhor prevenir do que remediar. “É preciso vacinar. E, conforme orientação do Ministério da Saúde, duas doses (num período de até 10 anos)”, defendeu o especialista.

A SES distribuiu até ontem 6.139.400 doses. Destas, 3.803.707 foram aplicadas, segundo as unidades regionais. Nesta conta, 1.507.339 doses foram usadas em moradores dos municípios com surto da doença.

(foto: Arte/EM)
(foto: Arte/EM)


Municípios onde a febre matou macacos mas ainda não contaminou humanos

Conselheiro Lafaiete
Belo Horizonte
Betim
Contagem
Juatuba
Antônio Dias
Ipatinga
Marliéria
Pingo-d’Água
São Domingos das Dores
Timóteo
Vargem Alegre
Vermelho Novo
Aricanduva
Coronel Murta
Couto de Magalhães de Minas
Itamarandiba
Sabinópolis
Japaraíba
Governador Valadares
Peçanha
São João Evangelista
São José da Safira
São Pedro do Suaçuí
Itabira
São Gonçalo do Rio Abaixo
Ituiutaba
Ewbank da Câmara
Juiz de Fora
Leopoldina
Caputira
Divino
Luisburgo
São João do Manhuaçu
Bocaiuva
Capitão Enéas
Joaquim Felício
Juramento
Montes Claros
São Roque de Minas
Raul Soares
Poços de Caldas
Curvelo
Angelândia
Franciscópolis
Araxá
Ibiá
Sacramento
Uberaba
Uberlândia
Cascalho Rico
Chapada Gaúcha
Lavras
Três Pontas
Varginha


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