Em 2013, quando o Parque Municipal completava 116 anos, o projeto foi aprovado. A ideia era construir um espaço com palco para shows, biblioteca e cafeteria, entre outros, com capacidade para 3 mil pessoas e intuito de atrair mais visitantes. Previsto inicialmente para ser concluída em abril do ano seguinte, a construção do Espaço Multiuso, foi paralisada ainda em 2013 “para adequação de planilhas”, informou a Sudecap. Ainda de acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), os trabalhos da obra foram retomados no fim do mesmo ano e paralisados novamente no segundo semestre de 2015, e, desde então, não há avanço no projeto.
A PBH comunicou que um novo convênio com o Estado (MGI/Setop), que é o concedente dos recursos, foi firmado para que a execução da obra tenha continuidade em 2017. “A Sudecap está realizando os procedimentos necessários para que nova licitação de obras seja realizada neste ano. Os novos prazos de execução e novo orçamento da obra serão divulgados na publicação da nova licitação”, afirmou o órgão. A prefeitura ainda ressaltou que, até o momento, foram feitas a demolição do Colégio Imaco, as fundações e construção de parte da estrutura, parte das instalações elétricas e hidráulicas. No entanto, a reportagem do EM flagrou a situação de completo abandono do espaço. Em meio às obras, o mato é alto e cerca o que já foi construído. Além disso, os elevadores e outros materiais da obra foram deixados ao ar livre, ficando expostos às mudanças climáticas.
INTEGRAÇÃO Com projeto do arquiteto Gustavo Penna e demandando, inicialmente, recursos de R$ 13,3 milhões, segundo a PBH, o Multiuso deverá ter palco para shows e plateia com capacidade para 3 mil pessoas, além de varandão integrado ao meio ambiente, acessos a uma biblioteca, cafeteria e outros serviços. Na solenidade de lançamento do projeto, foi divulgado que a gestão do espaço será da Fundação Municipal de Cultura (FMC), embora a área seja administrada pela Fundação de Parques Municipais.
Na época, diante do então governador e hoje senador Antonio Anastasia e outras autoridades, o então prefeito Marcio Lacerda declarou: “Trata-se de uma obra emblemática para todos nós, pois o Parque Municipal é um espaço democrático e terá sua importância mais destacada. O projeto foi elaborado entre 2007 e 2008, e teve processo de licitação há mais de um ano, mas enfrentou dificuldades, na época, para obter financiamento no Ministério do Turismo. Dessa forma, o governador entrou como parceiro”.
Desativado sob polêmica
No fim da década de 2000, causou polêmica o projeto de demolição do Colégio Imaco, inaugurado em 1952, quando Américo Renné Giannetti era prefeito (1951 a 1954). Em 2009, o prédio foi desativado. O anúncio da nova construção se deu em abril de 2013, mas, em agosto seguinte, houve paralisação dos serviços durante mais de dois meses. O motivo então alegado pela Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) era de que estava sendo feito o “refinamento dos projetos”, que, para especialistas, se traduzia em problemas nas fundações, o que depois foi resolvido. Ao mesmo tempo, a Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop) informava que a liberação de recursos por parte do governo estadual estava condicionada à solução de pendências técnicas no projeto.
Nossa história
Ensino de qualidade no parque
Instituto Municipal de Administração e Ciências Contábeis, o conhecido Colégio Imaco, era uma escola de 5ª a 8ª série do ensino fundamental e da 1ª a 3ª série do ensino médio, no Parque Municipal Américo Renê Giannetti, no Centro de Belo Horizonte. O Imaco foi construído em 1954, com o objetivo de oferecer cursos técnicos. Durante décadas, destacou-se na capital por seu corpo docente capacitado e diferenciado. Em 2010, deixou o prédio no parque e foi transferido para a Rua Gonçalves Dias, 1.188, no Bairro de Lourdes, Centro-Sul da cidade. Atualmente, a escola oferece ensino fundamental a 792 alunos entre 6 e 14 anos, atendidos em três turnos, além de turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA).