Equipe do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) fará hoje uma vistoria na Igreja de São Francisco de Assis, na Pampulha, na capital, para avaliar se, em decorrência das últimas chuvas, houve mais estragos no templo de arquitetura moderna e, de forma especial, nos 14 quadros pintados por Cândido Portinari (1903-1962) que recriam cenas da via-sacra. Em dezembro, a superintendente em Minas da autarquia federal, Célia Corsino, recomendou a retirada das pinturas das paredes, diante das infiltrações que danificaram pelo menos três delas, além do forro de madeira. A “Igrejinha da Pampulha”, como é conhecida popularmente, pertence à Arquidiocese de Belo Horizonte, é tombada pelo município, Iphan e Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG) e integra o conjunto reconhecido como patrimônio e paisagem cultural da humanidade, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Na tarde de sexta-feira, como vem ocorrendo semanalmente, o arquiteto do Memorial da Arquidiocese, Hebert Soares, fez, no local, a avaliação das condições da igrejinha e dos quadros expostos no interior do templo, não detectando estragos. Todos os relatórios, a partir do monitoramento, são compartilhados com o MPMG, Iphan, Iepha e Fundação Municipal de Cultura (FMC)/Prefeitura de Belo Horizonte. Depois de recuperadas, as 14 pinturas só deverão retornar à igreja em 2019, já que ela ficará fechada a partir de novembro próximo para uma intervenção com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das Cidades Históricas. O valor está estimado em R$ 1,4 milhão.
O diretor do Conjunto Moderno da Pampulha, Gustavo Mendicino, adiantou que há uma conversa entre as instituições envolvidas indicando alguns caminhos: um deles é a possibilidade de a intervenção pelos restauradores ocorrer num “ateliê aberto”, portanto, aos olhos do público. “Não há ainda nada definido. Pode ser que os quadros sejam restaurados num ambiente fechado mesmo”, acrescentou.
OBRAS A recuperação da Igreja de São Francisco de Assis esteve envolta em grande polêmica nos últimos anos, culminando com o fechamento marcado para 2018. Em dezembro, foi firmado termo de ajustamento de conduta (TAC) com o MPMG, representado pela promotora de Justiça e Defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio Histórico e Cultural de BH, Lilian Marotta Moreira, que definiu o período de fechamento.
Um dos maiores problemas nesta história foi o grande número (mais de 200) de casamentos marcados para 2017, implicando manifestação das noivas diante da igrejinha para evitar o fechamento. No TAC, ficou determinado que as cerimônias realizadas na São Francisco de Assis poderão receber, no máximo, 150 pessoas. E a partir de 20 de novembro, o templo estará à disposição da Sudecap/Prefeitura de Belo Horizonte para as reformas.
Triste lembrança
Um dos templos católicos mais visitados de Belo Horizonte, a Igreja de São Francisco de Assis tem trabalhos também de Paulo Werneck (1903-1962) e Alfredo Ceschiatti (1918-1989), sendo rodeado pelos jardins do paisagista Burle Marx (1909-1994). Há quase um ano, em 21 de março, a quatro meses da conquista do título de patrimônio e paisagem cultural da humanidade, a capela amanheceu com uma das laterais sujas de tinta azul, ganhando repercussão nacional e exigindo ações das autoridades para garantir mais proteção e segurança. Depois de investigação do Ministério Público de Minas Gerais e Polícia Civil, os responsáveis pelo ato de vandalismo foram identificados.
Na tarde de sexta-feira, como vem ocorrendo semanalmente, o arquiteto do Memorial da Arquidiocese, Hebert Soares, fez, no local, a avaliação das condições da igrejinha e dos quadros expostos no interior do templo, não detectando estragos. Todos os relatórios, a partir do monitoramento, são compartilhados com o MPMG, Iphan, Iepha e Fundação Municipal de Cultura (FMC)/Prefeitura de Belo Horizonte. Depois de recuperadas, as 14 pinturas só deverão retornar à igreja em 2019, já que ela ficará fechada a partir de novembro próximo para uma intervenção com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das Cidades Históricas. O valor está estimado em R$ 1,4 milhão.
O diretor do Conjunto Moderno da Pampulha, Gustavo Mendicino, adiantou que há uma conversa entre as instituições envolvidas indicando alguns caminhos: um deles é a possibilidade de a intervenção pelos restauradores ocorrer num “ateliê aberto”, portanto, aos olhos do público. “Não há ainda nada definido. Pode ser que os quadros sejam restaurados num ambiente fechado mesmo”, acrescentou.
OBRAS A recuperação da Igreja de São Francisco de Assis esteve envolta em grande polêmica nos últimos anos, culminando com o fechamento marcado para 2018. Em dezembro, foi firmado termo de ajustamento de conduta (TAC) com o MPMG, representado pela promotora de Justiça e Defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio Histórico e Cultural de BH, Lilian Marotta Moreira, que definiu o período de fechamento.
Um dos maiores problemas nesta história foi o grande número (mais de 200) de casamentos marcados para 2017, implicando manifestação das noivas diante da igrejinha para evitar o fechamento. No TAC, ficou determinado que as cerimônias realizadas na São Francisco de Assis poderão receber, no máximo, 150 pessoas. E a partir de 20 de novembro, o templo estará à disposição da Sudecap/Prefeitura de Belo Horizonte para as reformas.
Triste lembrança
Um dos templos católicos mais visitados de Belo Horizonte, a Igreja de São Francisco de Assis tem trabalhos também de Paulo Werneck (1903-1962) e Alfredo Ceschiatti (1918-1989), sendo rodeado pelos jardins do paisagista Burle Marx (1909-1994). Há quase um ano, em 21 de março, a quatro meses da conquista do título de patrimônio e paisagem cultural da humanidade, a capela amanheceu com uma das laterais sujas de tinta azul, ganhando repercussão nacional e exigindo ações das autoridades para garantir mais proteção e segurança. Depois de investigação do Ministério Público de Minas Gerais e Polícia Civil, os responsáveis pelo ato de vandalismo foram identificados.