Os primeiros sinais do rompimento apareceram no domingo. De acordo com o secretário de Meio Ambiente de Itabirito, Antônio Marcos Generoso, um ribeirinho entrou em contato com ele informando que a turbidez havia mudado e a água estava com uma coloração avermelhada. “Segunda de manhã a gente saiu a campo para localizar. Fomos em 10 pontos e delimitamos uma área. Após o almoço, o pessoal foi para o lado de Ouro Preto, onde tem mineração, fazer o levantamento investigativo, e acharam o local. O pessoal da Vale já estava terminando de arrumar o duto”, disse o secretário.
A Vale informou que o vazamento ocorreu em um trecho do rejeitoduto da mina de Fábrica, em Ouro Preto. No entanto, conforme o secretário, os córregos Prata, das Almas e os rios Mata Porcos e Itabirito já haviam sido atingidos. Segundo ele, a situação poderia ter sido pior já que o Rio Itabirito deságua no Rio das Velhas, que passa pelas captações de Rio Acima e Bela Fama, abastecendo também Belo Horizonte. “Assim que soubemos, comunicamos lá para o comitê de bacias e a Copasa. Deu tempo de se preparar para não comprometer o abastecimento”, detalha Generoso.
Por meio de nota, a Vale disse que identificou o problema na segunda-feira. “A empresa informa que o vazamento já foi contido, que os esclarecimentos aos órgãos ambientais foram feitos e que está apurando as causas da ocorrência”, diz a nota.
Um técnico do Núcleo de Emergências Ambientais (NEA) da Semad vistoriou o local. O órgão ambiental solicitou uma série de medidas imediatas para que o vazamento não atingisse uma área maior. Entre elas, a troca da tubulação do duto e reforço das juntas e revegetação da área afetada.
A mineradora também terá que sete dias para apresentar um cronograma detalhado das ações de limpeza e remediação total da área afetada pelo acidente. A Semad também deu mais detalhes do percurso dos rejeitos. Também foi descartado o desabastecimento de água para a população. Leia a nota na íntegra:
O Núcleo de Emergência Ambiental (NEA) da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) informa que o vazamento na tubulação de transporte de rejeito de beneficiamento de minério de ferro, pertencente à Empresa Vale S.A, em Ouro Preto, foi totalmente contido.
O NEA foi comunicado nessa segunda-feira (13/03) e um técnico esteve no local da ocorrência, acompanhado de representantes do Núcleo de Crimes Ambientais do Ministério Público Estadual, percorrendo todas as áreas afetadas pelo rejeito. A tubulação que vazou encontra-se no trecho onde o rejeito é encaminhado, por gravidade, estando este enterrado. De acordo com o técnico do NEA o vazamento ocorreu na junção de dois tubos.
O rejeito vazado atingiu a rede de drenagem pluvial da estrada operacional da Vale e seguiu para a barragem Forquilha IV, por onde vazou, próximo ao vertedouto da barragem, o que ocasionou o carreamento de rejeito para o Córrego do Prata no encontro com o Córrego das Almas e o Córrego Mata Porco, além de uma área de solo dentro da empresa .
Foi solicitado pelo órgão ambiental que fosse realizado pela empresa, imediatamente, o fechamento do sistema de adução de rejeito, o desvio da drenagem de água pluvial, a implantação de luva de proteção na área de alagamento da barragem Forquilha IV, a troca da tubulação do duto, a realização de um reforço nas juntas e a revegetação da área afetada. Ressalta-se que todas as medidas tomadas acima foram essenciais para que o vazamento não atingisse uma área maior de abrangência.
Também foi solicitado pelo NEA que a Vale S.A encaminhe à Semad, no prazo máximo de sete dias, um cronograma detalhado das ações que serão realizadas para a limpeza e remediação total da área afetada pelo acidente. A empresa será multada pelo órgão ambiental pelos danos ocasionados ao meio ambiente. O valor da multa ainda será calculado.
De acordo com a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), não existe nenhum risco de desabastecimento de água para a população.