Segundo guardas municipais que trabalham na região, a pichação teria ocorrido entre 22h30 e 23h30 da noite de ontem, momento em que uma dupla de guardas que estava patrulhando as proximidades da igrejinha saiu para o lanche. Quando retornaram, teriam visto o vandalismo.
As inscrições "perfeitaismo" ocupam uma área considerável da lateral da igreja que está virada para o Mineirão e Mineirinho. E foram feitas, novamente, no painel de ladrilhos que dificultou bastante o trabalho de limpeza da primeira vez. Nessa ocasião, o painel de Cândido Portinari, que fica na parte de trás do monumento, não foi alvo da ação.
Em uma pesquisa na internet foi possível encontrar uma página com a palavra "perfeitaismo". Trata-se de um livro sobre a implantação de um "sistema político-financeiro" com o objetivo de "gerar uma sociedade melhor".
A sujeira provocou reação imediata dos frequentadores da orla da lagoa, que condenaram a atitude. O administrador Ronaldo Linhares, de 64 anos, achou um absurdo.
Há quase um ano, em 21 de março de 2016, a duas paredes da capela foram pichadas. Uma delas é a que contém o painel de São Francisco de Assis, feito por Portinari. Na época, dois homens foram detidos pelo crime e um estava foragido.
Investigação
Um guarda municipal está, nesta manhã, na igrejinha aguardando a chegada de uma perícia técnica, que vai atestar o tamanho dos danos. Policiais militares do 34º Batalhão também estiveram no local hoje cedo, mas não quiseram falar com a imprensa e nem adiantar se a câmera do Olho Vivo flagrou alguma movimentação suspeita.
De acordo com a Assessoria de Comunicação da Secretaria Municipal de Segurança, uma equipe da Guarda Municipal faz o patrulhamento diário próximo à Igrejinha da Pampulha. A equipe não é estática e, durante a ronda de ontem, os autores se aproveitaram para fazer a pichação. A Polícia Civil compacererá na manhã desta quinta-feira para a perícia no local.
Oficialmente, a Guarda Municipal informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a dupla de agentes saiu para fazer uma ronda – e não o intervalo do lanche, como apurado pela reportagem no local -, e por isso não flagrou o momento exato da pichação.
A instituição também informou que durante o dia, de 6h às 18h, o patrulhamento é feito por oito guardas em bicicletas, dois guardas em motos e dois em uma viatura na orla da lagoa. Das 18h às 6h do dia seguinte, a ronda é feita por uma única dupla em viatura, que prioriza sempre a região da Igrejinha da Pampulha quando não está em movimento.