A ação de vândalos em um dos cartões-postais de Belo Horizonte deixou marcas que vão levar tempo para serem amenizadas. O roubo de peças e canalizações hidráulicas dos aspersores de combate e prevenção a incêndios no alto da Serra do Curral, ocorrido em setembro do ano passado, fez com que um considerável volume de água vazasse da crista da formação natural, acima dos mil metros de altitude, abrindo uma grande erosão na face norte da montanha, de frente para a Praça do Papa. No início do mês passado, uma obra para a contenção e a estabilização desses danos precisou ser feita pela mineradora Vale, operadora do sistema hidráulico e proprietária da mineração que existe no local, na parte voltada para Nova Lima, na Grande BH. O resultado foi uma estrutura de metal e concreto tampando a vegetação de campos rupestres e formações rochosas que foram eleitas símbolo de Belo Horizonte, em 1997. Detritos carreados de dentro desse buraco escavado pela água se espalharam pela vegetação da encosta. A própria empresa admitiu que os estragos na paisagem tombada pelo patrimônio municipal não serão totalmente recuperados. Por meio de nota informou que com o tempo “o local voltará a ter um aspecto mais natural”.
O local onde ocorreu o vazamento devido ao roubo das peças hidráulicas fica fora da área de visitação e, por isso, não pode ser visto do alto. A força da água escavou um rombo de cerca de seis metros de comprimento e pelo menos dois metros de profundidade no solo de filito, argila e pedras. Para impedir a progressão desse rombo foi necessária uma intervenção. Segundo nota da mineradora Vale, “no local afetado foi colocada uma tela metálica e uma biomanta – tela de fibras vegetais composta de palha ou fibra de coco (ou ambas) costurada numa armação de polipropileno de alta resistência mecânica e aos raios UV, de alta durabilidade –, presas com tirantes (espécie de estacas) à rocha. O objetivo é impedir que o processo de erosão se amplie, mesmo com causas naturais, como a chuva”. O Parque da Serra do Curral está fechado à visitação desde 23 de fevereiro devido ao surto de febre amarela e ainda não tem data para ser reaberto. O local onde ocorreu a erosão também não pode ser acessado pela população desde 2015, devido à necessidade de readequação da trilha e do encontro de uma espécie de cacto raro ameaçado de extinção e que precisará ser alvo de manejo especializado.
Mancha Se do alto não é possível ver essa intervenção, quem está aos pés da Serra do Curral enxerga perfeitamente a estrutura metálica presa às rochas escuras. Abaixo dessa armação, os detritos que escorreram do topo da montanha mancharam a vegetação de marrom num rastro de cerca de 30 metros. De acordo com Ivan Libanio Vianna, relações institucionais da Associação Brasileira de Mecânica dos Solos (ABMS), essa estrutura de telas grampeadas em rocha são normalmente usadas para conter blocos de rocha que possam se desprender. “Há uma erosão com evidência de carreamento de materiais, mas não dá para ver se há ou não risco de estabilidade do maciço. É um processo que vem sendo aprimorado e cada vez mais usado, em virtude de telas com maior resistência e de custo inferior a uma contenção convencional de concreto”, disse.
A mineradora garante que não há riscos de acidentes. “A Vale, porém, manterá a área monitorada para fazer avaliações periódicas da situação. Não há outros pontos de erosão e não foi detectado risco a terceiros no ponto que já foi corrigido”, informou a nota. A própria estrutura instalada permitirá uma reconstituição de parte da paisagem. “A biomanta e a hidrossemeadura feita no local (lançamento de sementes de espécies naturais da cumeeira da Serra do Curral misturadas a fertilizantes e outros componentes) vão ajudar a recuperar a vegetação no ponto e ajudar a esconder a tela metálica. Ou seja, em algum tempo o local voltará a ter um aspecto mais natural. Os procedimentos executados devem evitar a necessidade de novas intervenções no futuro”.
O local onde ocorreu o vazamento devido ao roubo das peças hidráulicas fica fora da área de visitação e, por isso, não pode ser visto do alto. A força da água escavou um rombo de cerca de seis metros de comprimento e pelo menos dois metros de profundidade no solo de filito, argila e pedras. Para impedir a progressão desse rombo foi necessária uma intervenção. Segundo nota da mineradora Vale, “no local afetado foi colocada uma tela metálica e uma biomanta – tela de fibras vegetais composta de palha ou fibra de coco (ou ambas) costurada numa armação de polipropileno de alta resistência mecânica e aos raios UV, de alta durabilidade –, presas com tirantes (espécie de estacas) à rocha. O objetivo é impedir que o processo de erosão se amplie, mesmo com causas naturais, como a chuva”. O Parque da Serra do Curral está fechado à visitação desde 23 de fevereiro devido ao surto de febre amarela e ainda não tem data para ser reaberto. O local onde ocorreu a erosão também não pode ser acessado pela população desde 2015, devido à necessidade de readequação da trilha e do encontro de uma espécie de cacto raro ameaçado de extinção e que precisará ser alvo de manejo especializado.
Mancha Se do alto não é possível ver essa intervenção, quem está aos pés da Serra do Curral enxerga perfeitamente a estrutura metálica presa às rochas escuras. Abaixo dessa armação, os detritos que escorreram do topo da montanha mancharam a vegetação de marrom num rastro de cerca de 30 metros. De acordo com Ivan Libanio Vianna, relações institucionais da Associação Brasileira de Mecânica dos Solos (ABMS), essa estrutura de telas grampeadas em rocha são normalmente usadas para conter blocos de rocha que possam se desprender. “Há uma erosão com evidência de carreamento de materiais, mas não dá para ver se há ou não risco de estabilidade do maciço. É um processo que vem sendo aprimorado e cada vez mais usado, em virtude de telas com maior resistência e de custo inferior a uma contenção convencional de concreto”, disse.
A mineradora garante que não há riscos de acidentes. “A Vale, porém, manterá a área monitorada para fazer avaliações periódicas da situação. Não há outros pontos de erosão e não foi detectado risco a terceiros no ponto que já foi corrigido”, informou a nota. A própria estrutura instalada permitirá uma reconstituição de parte da paisagem. “A biomanta e a hidrossemeadura feita no local (lançamento de sementes de espécies naturais da cumeeira da Serra do Curral misturadas a fertilizantes e outros componentes) vão ajudar a recuperar a vegetação no ponto e ajudar a esconder a tela metálica. Ou seja, em algum tempo o local voltará a ter um aspecto mais natural. Os procedimentos executados devem evitar a necessidade de novas intervenções no futuro”.