A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) prendeu, na manhã desta segunda-feira, Bruno Guilherme Faria, de 20 anos, suspeito de cometer latrocínio - roubo seguido de morte - contra a idosa Marina Dantas de Avellar, 80, no Barreiro. No dia 13 de março, cerca de quatro dias depois do crime, a vítima foi encontrada morta, amarrada, amordaçada e com sinais de violência, dentro de sua casa. O interior do local estava revirado. Ao ser apresentado, Bruno afirmou que cometeu o crime pois precisava de dinheiro 'para pagar as contas e se casar'.
A delegada responsável pelo caso, Virgínia Salgado, contou como a PC chegou até o suspeito depois de fazer levantamentos do extratos bancários da vítima. "A partir do momento da ocorrência, no dia 13, começamos as diligências do caso, ouvindo testemunhas. Com cruzamento de extratos bancários conseguimos chegar até o suspeito. Na quinta-feira, três dias depois do latrocínio, ele foi identificado, e no dia seguinte solicitamos o mandado de prisão. Ele foi preso, na manhã de hoje (segunda-feira), na casa de sua companheira, a cerca de quatro ruas da casa da vítima", contou a delegada.
De acordo com as investigações, o suspeito, que esporadicamente trabalhava como jardineiro para a vítima, saiu de casa na quinta-feira (09), à procura de um emprego. Mas não teve sem sucesso. Ao retornar para a Região do Barreiro, ele passou na porta da residência da vítima, quando então resolveu cometer o crime. "Em depoimento, ele assumiu que amordaçou e amarrou a vítima, enquanto procurava bens de valor na casa. Depois fugiu. Ele recolheu os cartões dela, que continham a senha junto. Mas nega que agrediu a vítima e disse que a deixou viva", afirmou Virgina.
Durante a prisão, foi apreendido o celular da vítima, um notebook, cerca de R$ 500 em dinheiro, as roupas utilizadas pelo suspeito para realizar os saques, uma mochila, uma bolsa com ferramentas de trabalho de jardinagem, uma carteira com um bilhete anotado o nome da vítima e seus telefones, um jogo de xícaras, e algumas joias que passaram por reconhecimento de familiares para saber a procedência.
Transferências
As apurações apontaram que o suspeito realizou diversos saques e movimentações na conta da vítima, na sexta-feira e no sábado, o que ajudou na identificação e prisão do jardineiro. "Ele realizou transferência bancárias da conta dela para a dele. A princípio, não acreditamos em tamanha infantilidade do suspeito, mas com a ajuda do circuito de segurança do banco, podemos comprovar que o titular da conta era a mesma pessoa que realizou o saque e a transferência nos terminais", ressaltou a delegada.
O suspeito assumiu ter retornado a residência no domingo, com o objetivo de conseguir o CPF da vítima para desbloquear o cartão, mas, como a encontrou morta, desistiu. Esse fato foi comprovado por testemunhas. "Ao chegar no local no domingo, o suspeito pediu para um vizinho uma escada para entrar ao imóvel e destravar o portão. Ele entrou no imóvel e depois de pouco tempo saiu", comentou Virgínia.
De acordo com o delegado Regional do Barreiro, Eric Brandão, a prisão do suspeito foi uma importante resposta à sociedade. “Em menos de uma semana, através do intenso trabalho dos policiais civis da delegacia que conduziu o caso, esclarecemos esse crime bárbaro, que chocou toda a população da região e que queria Justiça, uma vez, que a vítima era bem vista por todos”, apontou.
Frieza
Ao ser apresentado, Bruno mostrou frieza e disse estar arrependido do que fez. “Eu estava mal por estava fazendo uma coisa errada. Não faço este tipo de coisa, pois sou trabalhador. Mas fiz para poder pagar minhas contas e porque eu queria me casar e queria ficar sem conta nenhuma, livre de aluguel”, disse. “Arrependi do que fiz sim, Sei la, foi da minha cabeça na hora. Eu estava precisando. Não uso droga, não uso nada, foi de repente”, completou.