“Se antes era uma luta de um grupo de pais contra o descaso do governo estadual em relação à educação em nosso município, agora é uma reivindicação de todos moradores de Santa Bárbara do Leste. Há quatro anos estamos vendo nossas crianças em sala improvisadas, verdadeiras garagens, tentando ter um aprendizado mínimo”, desabafou a administradora Karina Teixeira, de 43 anos, mãe de Heitor, de 14, aluno da 9º ano do ensino fundamental.
De acordo com Karina, no domingo houve uma manifestação na cidade, em que centenas de pessoas foram às ruas, fechando até mesmo a BR-116 (Rio/Bahia) que corta Santa Bárbara. “Desde o primeiro ano, meu filho estuda na Monsenhor Rocha. A falta de estrutura do prédio vem se evidenciando desde 2011, quando se tornou necessário o uso de espaços fora do ambiente escolar. Dois anos depois, eu estava lá quando desabou o barranco, e a partir de então o prédio antigo foi interditado”, lembrou a administradora, que disse que os estudantes só retornarão às aulas depois de um posicionamento do governo sobre a questão.
Na cidade há duas escolas, sendo uma a Municipal Márlon dos Reis Lopes, que se destina à educação infantil, que pela manhã e à tarde recebe crianças de até 5 anos.
Porém, estudantes do turno da manhã da instituição estadual, com idades de 10 a 14 anos, do 7º ao 9º ano, e da tarde, de 6 a 10 anos, do 1º ao 6º anos, estão abrigados em nove salas que funcionam na casa paroquial da Igreja Matriz de Santa Bárbara do Leste. Como o espaço não é suficiente para abrigar a demanda de alunos por matéria, foram alugados mais quatro salas, em áreas comerciais. Dependendo do quadro de horário e aula, as crianças têm que transitar pelas ruas da cidade para trocar de salas.
Previsão é que obra se inicie no fim do ano
Ainda conforme a nota, uma comitiva composta pela prefeita de Santa Bárbara do Leste, a superintendente regional de Ensino de Caratinga, a diretora da unidade e representantes da comunidade escolar se reuniu na segunda-feira com a Subsecretaria de Administração do Sistema Educacional da SEE, em Belo Horizonte, com o objetivo de solucionar o problema apresentado pela comunidade escolar. No encontro foram discutidas a situação de infraestrutura da escola e quais medidas emergenciais podem ser tomadas até a conclusão das obras do novo prédio.
“O governo do estado, por meio da SEE, propôs a realização da obra na forma de convênio, no qual a prefeitura assume a execução dos serviços e o estado entrega o projeto e arca com todos os recursos financeiros. O convênio deverá ser assinado num prazo máximo de 15 dias úteis, desde que a prefeitura apresente toda a documentação necessária para a celebração do mesmo”, destacou o comunicado.
Por fim, a nota justifica que os alunos da Escola Estadual Monsenhor Rocha estão alocados de forma provisória em outros espaços, até que o novo prédio seja construído, em função da interdição do prédio original da escola, em 2013, e da dificuldade em encontrar imóveis para locação na região que possam abrigar toda a unidade.
RB
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