A Corregedoria da Guarda Municipal de Belo Horizonte abriu procedimento para apurar a prisão de dois agentes da corporação detidos nesta quarta-feira por ameaçar um morador na Região Leste de Belo Horizonte. De acordo com a Polícia Militar, a dupla, que não teve o nome divulgado, foi com um comerciante a um terreno próximo ao Bairro Saudade e lá os três ameaçaram um inquilino para que deixasse o local. Os agentes estavam armados. Ao serem detidos, o trio negou as ameaças, mas confirmou que esteve no local.
A PM foi acionada pelo inquilino que mora no terreno há 11 anos. Ele alegou que foi ameaçado pelos homens. “O proprietário do terreno morreu há uma semana e hoje três pessoas, uma delas dizendo que estava ali a mando da família do homem, pressionaram o inquilino a deixar o local em três dias. Porém, o morador afirmou que só saía de lá mediante ordem judicial”, explicou o sargento Dalson Ferreira Victor, do 22º Batalhão da Polícia Militar.
O inquilino acionou a PM, que também recebeu denúncias de outros moradores alegando que homens armados estavam circulando pelo bairro e ameaçando pessoas. Foram feitas buscas na região e o veículo foi encontrado no Bairro Alto Vera Cruz. “Com o rastremaneto, chegamos até um comerciante do bairro. Ao ser questionado, afirmou que não ameaçou a vítima. Disse que tem um terreno próximo ao local que foi invadido há pouco tempo e teve dificuldade de tirar o pessoal. Na volta, contou que passou no outro terreno e apenas perguntou ao morador sobre a situação do imóvel”, diz Dalson Ferreira.
Os dois guardas também foram encontrados e afirmaram que estavam de folga no momento da ocorrência. Contaram, segundo a PM, que foram com o comerciante até o terreno dele, mas negaram as ameaças ao morador. Confessaram que estavam armados no momento da situação. Todos foram encaminhados para o Delegacia Adjunta ao Juizado Especial Criminal (Deajec).
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana e Patrimonial afirmou que um inspetor da Guarda Municipal acompanhou a finalização da ocorrência. Os dois guardas têm porte de arma e estavam com armamento particular. Segundo a pasta, eles alegaram que apenas acompanharam o comerciante e não ameaçaram o morador. O secretário de Segurança, Cláudio Beato, determinou a abertura de apuração por parte da corregedoria da Guarda Municipal.
(RG)