Minas Gerais confirma o prognóstico das autoridades de saúde para 2017 ao se ver em meio a uma explosão da febre chikungunya. O estado já contabiliza 3.808 casos prováveis da doença este ano. São 48 notificações por dia, duas a cada hora. Os dados foram divulgados ontem pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) e incluem todas as notificações, exceto as descartadas no sistema de informação da pasta. O estado, que desde 2014, quando a enfermidade apareceu, nunca havia contabilizado óbitos, investiga agora possíveis mortes.
A SES informa, sem divulgar a cidade de origem do paciente, que uma morte suspeita está sob investigação. Mas Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, cidade que concentrou atendimentos e casos de febre amarela, também enfrenta a nova demanda de chikungunya e, de acordo com o coordenador de Vigilância Ambiental do município, Joaniz Lopes de Oliveira, investiga duas mortes pela doença. Os casos ainda não entraram no sistema da SES.
O total de ocorrências dos primeiros 79 dias do ano (de 1º de janeiro ao último dia 20) em Minas é quase oito vezes maior que os registros do ano passado inteiro, quando houve 500 casos (veja quadro). Em relação aos dois anos anteriores, as diferenças têm ares de superlativo: o número do início deste ano representa 123 vezes mais que o total de 2015, quando houve 31 casos, e 212 vezes mais que o acumulado de 2014, quando 18 pacientes se contaminaram.
De acordo com o balanço, dos casos registrados até agora, 557 foram neste mês. Até o momento, o pico das ocorrências foi em fevereiro, que somou a maior quantidade de pacientes com suspeita da doença: 2.559. Em Belo Horizonte, há 12 casos confirmados da enfermidade, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, superando os registros de 2015 (10) e 2014 (2). Ano passado, a febre infectou 49 pessoas.
A chikungunya é uma das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Entre os sintomas estão febre, dores de cabeça, dores fortes nas articulações (que podem durar até seis meses), erupções na pele e enjoos. Em entrevista ao Estado de Minas na semana passada, o subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde, Rodrigo Said, explicou que Minas é uma área vulnerável à ocorrência de epidemias de chikungunya devido a fatores ambientais favoráveis à manutenção do transmissor, à circulação do vírus e à baixa proteção imunológica da população.
Os primeiros casos de chikungunya do estado de Minas Gerais ocorreram há três anos, todos importados de outro estado ou de outro país onde já havia a transmissão da doença. De acordo com a SES, o perfil epidemiológico de 2014 e 2015 é semelhante, com um discreto aumento de número de casos prováveis no período de outubro a dezembro. Os primeiros casos autóctones, ou seja, contaminação ocorrida em território mineiro, foram confirmados no ano passado, com um maior número de casos prováveis nos meses de março, abril e maio.
VULNERABILIDADE Diretora da Sociedade Mineira de Infectologia, Virgínia Zambelli ressalta que o cenário da chikungunya em Minas já era esperado desde o ano passado. “A população é suscetível e o vírus começou a circular. E ainda há um vetor, o Aedes aegypti, que continua existindo da mesma forma”, explica a médica. Segundo ela, havendo estiagem, o pico de contaminação poderá arrefecer. “O problema é que, nos últimos anos, não houve um ciclo de chuva bem estabelecido, contribuindo para a proliferação dos vírus.”
A infectologista destaca ainda que, embora a dengue seja mais letal, a chikungunya pode afetar, diretamente, as pessoas economicamente ativas, levando limitações a esse público. “Ela pode causar dor articular muito intensa, fazendo com que esses doentes se afastem do trabalho.”
DENGUE Enquanto a doença se espalha, a dengue apresentou queda expressiva. São 16.081 casos nos três primeiros meses do ano. Em 2017, de janeiro a março, houve 358.062 notificações, sendo o pico em março, com 160.074 casos. “A tendência é haver oscilações, com números muito altos em alguns anos e mais baixos em outros. A diminuição agora tem a ver com a circulação: já há vacina, que não oferece proteção tão alta, mas ajuda, e várias pessoas já tiveram a infecção”, afirma Virgínia Zambelli.
A SES informa, sem divulgar a cidade de origem do paciente, que uma morte suspeita está sob investigação. Mas Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, cidade que concentrou atendimentos e casos de febre amarela, também enfrenta a nova demanda de chikungunya e, de acordo com o coordenador de Vigilância Ambiental do município, Joaniz Lopes de Oliveira, investiga duas mortes pela doença. Os casos ainda não entraram no sistema da SES.
O total de ocorrências dos primeiros 79 dias do ano (de 1º de janeiro ao último dia 20) em Minas é quase oito vezes maior que os registros do ano passado inteiro, quando houve 500 casos (veja quadro). Em relação aos dois anos anteriores, as diferenças têm ares de superlativo: o número do início deste ano representa 123 vezes mais que o total de 2015, quando houve 31 casos, e 212 vezes mais que o acumulado de 2014, quando 18 pacientes se contaminaram.
De acordo com o balanço, dos casos registrados até agora, 557 foram neste mês. Até o momento, o pico das ocorrências foi em fevereiro, que somou a maior quantidade de pacientes com suspeita da doença: 2.559. Em Belo Horizonte, há 12 casos confirmados da enfermidade, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, superando os registros de 2015 (10) e 2014 (2). Ano passado, a febre infectou 49 pessoas.
A chikungunya é uma das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Entre os sintomas estão febre, dores de cabeça, dores fortes nas articulações (que podem durar até seis meses), erupções na pele e enjoos. Em entrevista ao Estado de Minas na semana passada, o subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde, Rodrigo Said, explicou que Minas é uma área vulnerável à ocorrência de epidemias de chikungunya devido a fatores ambientais favoráveis à manutenção do transmissor, à circulação do vírus e à baixa proteção imunológica da população.
Os primeiros casos de chikungunya do estado de Minas Gerais ocorreram há três anos, todos importados de outro estado ou de outro país onde já havia a transmissão da doença. De acordo com a SES, o perfil epidemiológico de 2014 e 2015 é semelhante, com um discreto aumento de número de casos prováveis no período de outubro a dezembro. Os primeiros casos autóctones, ou seja, contaminação ocorrida em território mineiro, foram confirmados no ano passado, com um maior número de casos prováveis nos meses de março, abril e maio.
VULNERABILIDADE Diretora da Sociedade Mineira de Infectologia, Virgínia Zambelli ressalta que o cenário da chikungunya em Minas já era esperado desde o ano passado. “A população é suscetível e o vírus começou a circular. E ainda há um vetor, o Aedes aegypti, que continua existindo da mesma forma”, explica a médica. Segundo ela, havendo estiagem, o pico de contaminação poderá arrefecer. “O problema é que, nos últimos anos, não houve um ciclo de chuva bem estabelecido, contribuindo para a proliferação dos vírus.”
A infectologista destaca ainda que, embora a dengue seja mais letal, a chikungunya pode afetar, diretamente, as pessoas economicamente ativas, levando limitações a esse público. “Ela pode causar dor articular muito intensa, fazendo com que esses doentes se afastem do trabalho.”
DENGUE Enquanto a doença se espalha, a dengue apresentou queda expressiva. São 16.081 casos nos três primeiros meses do ano. Em 2017, de janeiro a março, houve 358.062 notificações, sendo o pico em março, com 160.074 casos. “A tendência é haver oscilações, com números muito altos em alguns anos e mais baixos em outros. A diminuição agora tem a ver com a circulação: já há vacina, que não oferece proteção tão alta, mas ajuda, e várias pessoas já tiveram a infecção”, afirma Virgínia Zambelli.