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Estado de Minas

PM estuda criar rede de proteção a estudantes no entorno da PUC Minas

Intenção é montar grupo para que alunos da universidade denunciem suspeitos no entorno do câmpus por meio de aplicativo de celular. Objetivo é conter assaltos e assédios relatados em áudios nos últimos dias


postado em 25/03/2017 06:00 / atualizado em 25/03/2017 10:06

Entorno da PUC, onde teriam ocorrido assaltos e assédios relatados nas redes sociais mas não registrados em boletins de ocorrência. Com medo, Larissa Oliveira e Fernanda Ramos (esq) mudaram a rotina e agora não vão mais à universidade de ônibus(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Entorno da PUC, onde teriam ocorrido assaltos e assédios relatados nas redes sociais mas não registrados em boletins de ocorrência. Com medo, Larissa Oliveira e Fernanda Ramos (esq) mudaram a rotina e agora não vão mais à universidade de ônibus (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)

Os relatos de assaltos e assédios em torno do câmpus Coração Eucarístico da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), na Região Noroeste de Belo Horizonte, podem levar a Polícia Militar (PM) a criar uma rede de estudantes protegidos. A medida já está sendo estudada pela corporação e ganhou força nos últimos dias depois que áudios circularam nas redes sociais com detalhes sobre a violência. Porém, nenhum boletim de ocorrência foi registrado pelas vítimas. Segundo o major Ricardo Gonçalves, comandante da 9ª Companhia da PM, responsável pela área, um suspeito foi identificado, mas sem a denúncia não pode ser preso. O policiamento foi reforçado na área. Com medo, estudantes mudaram a rotina.


A rotina da segurança na área foi alterada. Além do policiamento fixo, policiais vão circular por algumas vias da região. Moradores e estudantes também estão sendo orientados. “Peço que eles não se assustem. Os policiais vão abordar as pessoas para dar orientações de segurança”, completou o major.  “As pessoas devem tomar medidas de autoproteção, como não ficar em locais escuros ou dentro de carros em locais ermos”, sugeriu.

Segundo Gonçalves, a rede de estudantes protegidos, funcionaria nos mesmos moldes das já existentes para comerciantes ou moradores em alguns bairros da cidade. “Se a peça vir algo suspeito, ela deve acionar o 190 ou colocar a mensagem nos grupos de aplicativos de celular”, explicou.

A PM identificou uma das vítimas dos casos de violência que circulam nas redes sociais e deram origem à discussão sobre o reforço da segurança no entorno da PUC. Trata-se de uma jovem que diz ter sido atacada por um homem quando estava indo saindo da aula. Ela passou pela portaria da Escola de Odontologia e seguia para a principal, onde encontraria o pai. “Um cara tentou me agarrar (…), veio pra cima de mim tentando me agarrar e me beijar, só que eu corri”, diz. Com voz embargada, ela descreve no áudio que o agressor era branco, loiro, alto, usava chinelos, bermuda e uma camisa verde listrada.

“Conseguimos identificar e conversar com a garota. Ela nos passou informações das características do suspeito, que também foi identificado. Mas precisamos que o boletim de ocorrência seja confeccionado para podermos fazer a prisão”, comentou o major. Segundo ele, a PM está em contato permanente com a PUC Minas e pretende fazer uma palestra nos próximos dias com os estudantes. Outros dois relatos de crime foram disseminados pelas redes sociais, mas novamente nenhum boletim de ocorrência foi registrado.

O major admite que em janeiro os crimes aumentaram na região, mas afirma que nos dois meses seguintes a situação se normalizou. “No trimestre, vamos fechar no verde, com taxa menor de crime em relação ao mesmo período de 2016”, prevê.

MEDO A disseminação das informações dos supostos crimes nas redes sociais fez estudantes mudarem a rotina. É o caso da estudante de ciências biológicas Daiane Fiuza, de 30 anos. “Fico com medo de pegar metrô, por exemplo. Tanto que hoje vou pegar carona”, comentou.

Uma das preocupações dos estudantes é com a portaria do prédio do curso de odontologia, que fica na Avenida 31 de março. O local é escuro e ermo. Fernanda Ramos, de 21, estudante de publicidade e propaganda, também mudou a rotina depois dos relatos de violência. “Antes eu vinha de ônibus, mas agora pedi para a minha mãe me trazer”, afirmou. “Até para lanchar aqui do lado de fora estou vindo com mais pessoas”, completou, dizendo que já foi vítima de assalto na região duas vezes no fim do ano passado.

A amiga de Fernanda, Larissa de Oliveira, de 20, que também estuda publicidade e propaganda, também tem receio de sair à noite da universidade. “Estou vindo de carro, antes era de ônibus. Fica mais caro, mas é menos arriscado”, comentou.


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