Uma das empresas investigadas continua vendendo passagens com destino ao Norte de Minas e é acusada de usar logomarca de uma companhia homônima indevidamente - Foto: Marcos Vieira/EM/D.A.PressA mais recente e maior investida de autoridades mineiras apostando na punição criminal para frear o transporte intermunicipal clandestino de passageiros – com penas de reclusão que podem chegar a cinco anos – parece não ter sido suficiente para intimidar os responsáveis pelo esquema e banir os veículos irregulares das estradas que cortam o estado. Pouco depois da Operação Ponto Final – desencadeada na última terça-feira reunindo Ministério Público estadual, Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem (DEER-MG), Secretaria de Estado da Fazenda e Polícia Militar –, empresas que operam fora da lei continuaram a vender passagens e a desafiar as forças de fiscalização. Pior: das 15 investigadas pela força-tarefa, pelo menos nove retomaram as viagens no máximo dois dias depois que os fiscais deixaram suas dependências.
Mesmo com o impedimento de circulação lançado na documentação de 70 ônibus dessas operadoras junto ao Departamento Estadual de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG), a reportagem do Estado de Minas constatou que a maioria das investigadas continua a oferecer o serviço considerado ilegal para os mais diversos destinos, especialmente no Norte de Minas e nos vales dos rios Doce, Mucuri e Jequitinhonha.
Além disso, agenciadores de passageiros que atuam na porta da rodoviária de BH não se intimidaram com a operação e seguem oferecendo passagens até pela metade do preço do serviço regular. Sem nem sequer se preocupar em se esconder, eles continuam gritando os nomes das cidades em suas rotas em meio às milhares de pessoas que circulam pelo terminal diariamente, com total despreocupação..