A Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, terá que disponibilizar leitos para o atendimento de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) em número suficiente para suprir a paralisação de 53 leitos que deixaram de receber doentes por causa da paralisação do quinto andar da unidade de saúde.
Na Ação Civil Pública (ACP) do MPMG, os promotores pediram o bloqueio de leitos de enfermaria/apartamentos dos setores privados e destinados ao atendimento dos planos de saúde conveniados ao hospital. Eles deverão ser usados para o atendimento de pacientes do SUS.
O pedido foi feito pela Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde de Juiz de Fora e pela Coordenadoria Regional das Promotorias de Defesa da Saúde da Região Ampliada de Saúde Sudeste. Os órgãos apuraram, durante inquérito, que a Santa Casa, sem qualquer comunicação prévia ao SUS, paralisou o quinto andar do hospital. No pavimento, há 53 leitos de enfermaria vinculados ao sistema público.
De acordo com o MPMG, a Santa Casa afirmou que o fechamento ocorreu para a realização de obras no local, devido a um vazamento. Argumento que não foi aceito pelos promotores Jorge Tobias de Souza e Rodrigo Ferreira de Barros.
Na ação, os promotores destacam que as intervenções, mesmo que necessárias, deveriam ocorrer de forma programada, sem que o atendimento aos pacientes fosse prejudicado. O MPMG informou que, com a paralisação no atendimento nos 53 leitos de enfermaria clínica, 1.590 diárias de internação deixaram de ser ofertadas mensalmente. Após a intervenção, a Santa Casa voltou a ofertar, a partir de janeiro deste ano, 12 leitos masculinos e 10 leitos femininos de clínica médica, de modo que o déficit atual é de 31 vagas, o que significa que o SUS continua sendo privado de 930 diárias de internação/mês, segundo os promotores.
Por meio de nota, a Santa Casa informou que ainda não tomou conhecimento da ação civil do Ministério Público nem foi intimada sobre a decisão Judicial. “Certo é que a Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora jamais descumpriu qualquer ordem judicial”, afirmou. A unidade de saúde informou que mantém contato constante com a Secretaria de Saúde do município. Informou, ainda, que dedica 70% dos procedimentos aos beneficiários do SUS.
(RG)
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