Belo Horizonte vai receber nesta sexta-feira mais atos contra a reforma da Previdência e o projeto de lei que autoriza o trabalho terceirizado de forma irrestrita para qualquer tipo de atividade. Manifestações, que fazem parte do Dia Nacional de Mobilização, estão marcadas para a manhã e o fim da tarde. Serviços de atendimento à população, como postos de saúde, não devem funcionar, segundo o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sindibel). O trânsito também deverá sofrer alterações, pois estão previstas passeatas pela cidade.
O primeiro ato vai ocorrer a partir das 9h30, na Praça da Estação, no Centro de Belo Horizonte. Ele foi convocado pelo Sindibel, que representa trabalhadores das áreas da saúde, limpeza urbana, administração geral, Sudecap, Guarda Municipal, Belotur, cultura, fiscalização, parques, Fundação Zoobotânica e servidores aposentados. Segundo o sindicato, a manifestação é contra “a ofensiva do atual governo federal contra os direitos de trabalhadores de todos os setores”.
Alguns serviços de atendimento ao público devem ficar prejudicados. “Os centros de saúde provavelmente ficarão fechados. Um ou outro pode abrir. No modo geral, todo mundo vai participar. Em relação aos funcionários de áreas de administração, todos estão aderindo. Outros setores de fiscalização e o pessoal das fundações, que não têm atendimento direto ao público, também vão participar”, explicou Israel Arimar, presidente do Sindibel.
Em relação ao Hospital Odilon Behrens, o atendimento será em escala mínima de 30%, segundo o sindicato. Depois da concentração na Praça da Estação, o grupo pretende fazer uma passeata até a Praça Sete. O trajeto que será feito não foi informado.
No fim da tarde, centrais sindicais também farão um ato na capital mineira. Diversos segmentos vão se encontrar no pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para protestar contra a reforma da Previdência. De lá, também farão uma passeata pela cidade.
Momento de conscientização
Para a presidente da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT-MG), Beatriz Cerqueira, boa parte dos trabalhadores ainda não se deu conta de que está perdendo direitos com a aprovação da lei da terceirização e com reforma. “A população ainda está descobrindo que o Congresso fez uma coisa covarde”, afirmou. De acordo com Beatriz, deputados e senadores estão assumindo uma postura para a qual não fora eleitos. “Nós não elegemos um Congresso para ser revisor da Constituição e da CLT (Consolidaçao das Leis do Trabalho). Eles não têm autorização para fazer que estão fazendo”, afirmou.
Para a Valéria Morato, presidente do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro-MG) que representa os profissionais que atuam em escolas particulares, o momento é de resistência e de diálogo. Ela lembra que o projeto aprovado torna precária a relação trabalhista para além da terceirização. “O projeto amplia a terceirização, o prazo de contratação temporária. Esse momento é de dialogar com a população para esclarecer sobre as reformas trabalhistas e previdenciárias”, afirmou.
(RG)