Passado um dia do grave acidente ocorrido na manhã de quarta-feira, o Anel Rodoviário que liga BH à Região Metropolitana, registrou mais um engavetamento ontem, desta vez no km 470, no sentido Rio de Janeiro, próximo ao Bairro Carlos Prates, envolvendo quatro veículos de passeio. Não houve feridos, mas o acidente voltou a assustar moradores de Belo Horizonte e região metropolitana e a expor as muitas armadilhas da rodovia. Além do km 470 e da descida do trevo do Betânia, na Região Oeste da capital, um trecho de seis quilômetros onde 20 veículos se envolveram numa colisão anteontem, deixando seis pessoas feridas, das quais duas gravemente, e ocasionando o fechamento da via, outros dois pontos preocupam a Polícia Militar Rodoviária (PMRv). Em comum, todos têm problemas estruturais, que se arrastam ao longo dos 27,5 quilômetros da rodovia, segundo o tenente Pedro Henrique Barreiros, comandante do policiamento do Anel. Para tentar resolver o problema e acabar com um ciclo de acidentes e mortes, o prefeito de BH, Alexandre Kalil, levantou ontem a possibilidade de assumir a gestão do trecho.
“Fazemos vários projetos e patrulhamento educativo, preventivo e de fiscalização, seja em dia de chuva, seja com sol escaldante, mas chega num ponto em que o que se precisa é de obras”, afirma o tenente Barreiros. “O Anel foi construído há 50 anos, para um determinado número de veículos e de pessoas, e não acompanhou a evolução da cidade. Há pontos por onde passam mais de 160 mil veículos por dia e que se tornaram caminho de motoristas que querem evitar o trânsito dos bairros, além de ser passagem para São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Brasília. Ou seja, é uma rodovia urbana”, ressalta o comandante.
Ele cita três pontos críticos da via, onde há grande número de acidentes por causa de um estreitamento brusco da pista. “São três faixas, que de repente mudam para duas, ocasionando frenagens repentinas e colisões”, explica o policial. Um desses trechos é o km 536, próximo à saída para a Avenida Amazonas, no Bairro Madre Gertrudes, na Região Oeste. Cerca de um quilômetro antes do acesso a um dos principais corredores da capital, debaixo da linha férrea, há um estreitamento brutal da pista.
Em horário de pico, causa engarrafamentos até a via do Minério, deixando a situação do trevo do Betânia ainda mais delicada, pois os carros parados formam uma espécie de barreira para quem desce em direção ao Espírito Santo. A pista passa de três para duas faixas de rolamento repentinamente também no km 470, no Bairro Carlos Prates, na Região Noroeste de BH. O terceiro ponto onde os mesmos problemas se repetem é o km 465, no Bairro São Francisco, na Pampulha.
GESTÃO DA PBH As obras que nunca saem do papel podem cair nas mãos do poder municipal se depender da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Ontem, o prefeito Alexandre Kalil (PHS) reagiu e criticou duramente a falta de ações para solução do problema. Kalil disse que aceita assumir a gestão do Anel, que hoje é feita pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), desde que o órgão federal repasse o dinheiro que tem em seu orçamento para as reformas. Apesar da fala do prefeito, a assessoria de imprensa do Dnit em Minas Gerais informou que esse assunto, “quando e se for tratado”, será em conversa entre o prefeito e o ministro dos Transportes, Maurício Quintella Lessa, sinalizando que essa medida não é tão simples.
“Tivemos uma reunião para tratar de outro assunto com a diretoria do Dnit aqui na prefeitura. Fui procurado por eles. A PBH aceitaria assumir a responsabilidade sobre o Anel Rodoviário desde que a verba que já está alocada para o Dnit seja repassada para a via. Que nós tomaríamos conta e tentaríamos assumir a responsabilidade do Anel, porque essa carnificina tem que acabar”, disse o prefeito.
Para Kalil, o Anel não pode ser considerado uma rodovia, uma vez que já está totalmente integrado ao ambiente urbano. “Nós simplesmente dissemos o que nós dissemos na campanha. O que acontece em Belo Horizonte é responsabilidade de Belo Horizonte. Tem que estar ao nosso alcance. Não quer dizer que aqui tem ninguém mais inteligente que ninguém. O que nós vamos fazer é tentar arrumar, porque do jeito que está nós já temos certeza de que está errado. Então, (já) que está absolutamente errado, matando, machucando todo dia duas, três vezes por semana, pelo menos nós poderíamos fazer uma tentativa de melhorar o caos que é, porque ali não é o Anel, ali já é uma avenida urbana”, acrescentou.
Por fim, Kalil ainda adiantou que é necessário atuar principalmente no gargalo que anteontem provocou um congestionamento que chegou ao Bairro Betânia (Oeste de BH) e acabou se transformando em uma barreira para o caminhão que ficou sem freio. “Essa carnificina tem que acabar. Pelo visto nada é feito, nada é colocado. Nós sabemos que tem que alargar algumas áreas de estrangulamento que são os pontos críticos”, completou.
Também por meio de nota, o Ministério dos Transportes informou que não consta solicitação de municipalização do trecho. E acrescentou que, a princípio, “qualquer trecho rodoviário que esteja sob jurisdição deste ministério pode ser transferido a outro ente federado (estado ou município), ressalvados fatores limitantes como contratos de concessão ou delegações em vigor, entre outros”.
A tentativa de tirar o Anel da responsabilidade do governo federal e dar uma solução à série de acidentes não é nova. Em 2009, projeto de lei chegou a ser aprovado em segundo turno na Câmara Municipal de BH autorizando a municipalização do Anel. Na campanha de 2010, o então candidato à reeleição ao governo de Minas Aécio Neves (PSDB) também propôs deixar a rodovia a cargo do estado.
“Fazemos vários projetos e patrulhamento educativo, preventivo e de fiscalização, seja em dia de chuva, seja com sol escaldante, mas chega num ponto em que o que se precisa é de obras”, afirma o tenente Barreiros. “O Anel foi construído há 50 anos, para um determinado número de veículos e de pessoas, e não acompanhou a evolução da cidade. Há pontos por onde passam mais de 160 mil veículos por dia e que se tornaram caminho de motoristas que querem evitar o trânsito dos bairros, além de ser passagem para São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Brasília. Ou seja, é uma rodovia urbana”, ressalta o comandante.
Ele cita três pontos críticos da via, onde há grande número de acidentes por causa de um estreitamento brusco da pista. “São três faixas, que de repente mudam para duas, ocasionando frenagens repentinas e colisões”, explica o policial. Um desses trechos é o km 536, próximo à saída para a Avenida Amazonas, no Bairro Madre Gertrudes, na Região Oeste. Cerca de um quilômetro antes do acesso a um dos principais corredores da capital, debaixo da linha férrea, há um estreitamento brutal da pista.
Em horário de pico, causa engarrafamentos até a via do Minério, deixando a situação do trevo do Betânia ainda mais delicada, pois os carros parados formam uma espécie de barreira para quem desce em direção ao Espírito Santo. A pista passa de três para duas faixas de rolamento repentinamente também no km 470, no Bairro Carlos Prates, na Região Noroeste de BH. O terceiro ponto onde os mesmos problemas se repetem é o km 465, no Bairro São Francisco, na Pampulha.
GESTÃO DA PBH As obras que nunca saem do papel podem cair nas mãos do poder municipal se depender da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Ontem, o prefeito Alexandre Kalil (PHS) reagiu e criticou duramente a falta de ações para solução do problema. Kalil disse que aceita assumir a gestão do Anel, que hoje é feita pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), desde que o órgão federal repasse o dinheiro que tem em seu orçamento para as reformas. Apesar da fala do prefeito, a assessoria de imprensa do Dnit em Minas Gerais informou que esse assunto, “quando e se for tratado”, será em conversa entre o prefeito e o ministro dos Transportes, Maurício Quintella Lessa, sinalizando que essa medida não é tão simples.
“Tivemos uma reunião para tratar de outro assunto com a diretoria do Dnit aqui na prefeitura. Fui procurado por eles. A PBH aceitaria assumir a responsabilidade sobre o Anel Rodoviário desde que a verba que já está alocada para o Dnit seja repassada para a via. Que nós tomaríamos conta e tentaríamos assumir a responsabilidade do Anel, porque essa carnificina tem que acabar”, disse o prefeito.
Para Kalil, o Anel não pode ser considerado uma rodovia, uma vez que já está totalmente integrado ao ambiente urbano. “Nós simplesmente dissemos o que nós dissemos na campanha. O que acontece em Belo Horizonte é responsabilidade de Belo Horizonte. Tem que estar ao nosso alcance. Não quer dizer que aqui tem ninguém mais inteligente que ninguém. O que nós vamos fazer é tentar arrumar, porque do jeito que está nós já temos certeza de que está errado. Então, (já) que está absolutamente errado, matando, machucando todo dia duas, três vezes por semana, pelo menos nós poderíamos fazer uma tentativa de melhorar o caos que é, porque ali não é o Anel, ali já é uma avenida urbana”, acrescentou.
Por fim, Kalil ainda adiantou que é necessário atuar principalmente no gargalo que anteontem provocou um congestionamento que chegou ao Bairro Betânia (Oeste de BH) e acabou se transformando em uma barreira para o caminhão que ficou sem freio. “Essa carnificina tem que acabar. Pelo visto nada é feito, nada é colocado. Nós sabemos que tem que alargar algumas áreas de estrangulamento que são os pontos críticos”, completou.
Também por meio de nota, o Ministério dos Transportes informou que não consta solicitação de municipalização do trecho. E acrescentou que, a princípio, “qualquer trecho rodoviário que esteja sob jurisdição deste ministério pode ser transferido a outro ente federado (estado ou município), ressalvados fatores limitantes como contratos de concessão ou delegações em vigor, entre outros”.
A tentativa de tirar o Anel da responsabilidade do governo federal e dar uma solução à série de acidentes não é nova. Em 2009, projeto de lei chegou a ser aprovado em segundo turno na Câmara Municipal de BH autorizando a municipalização do Anel. Na campanha de 2010, o então candidato à reeleição ao governo de Minas Aécio Neves (PSDB) também propôs deixar a rodovia a cargo do estado.