Três anos depois de ser implantado, em março de 2014, o Move recebeu da própria BHTrans, gestora do sistema, nota pouco acima da média no quesito acessibilidade às estações. Numa escala de 0 a 100%, o Índice de Conformidade com a Acessibilidade (BRT IC), indicador que avalia estruturas como catracas, passarelas e passeios, concedeu nota de 62% para a média dos três corredores (Antônio Carlos, Cristiano Machado e Centro). A meta da prefeitura é atingir o percentual máximo em 2030.
“O resultado me trouxe satisfação, pois, a partir de agora, há um indicador quantitativo para se chegar aos 100%”, disse Marcos Fontoura, analista de Transporte e trânsito da BHTrans, acrescentando que a nota de 62% significa dizer que este é o percentual de diretrizes em conformidade com a acessibilidade. A construção do indicador foi um trabalho árduo, que durou mais de oito meses.
Os técnicos visitaram as estações, verificaram as estruturas e se debruçaram sobre uma vasta legislação que trata do tema. Ao todo, 92 diretrizes foram avaliadas. Estas, por sua vez, foram agrupadas em quatro conjuntos: travessias (nota 60%), passarelas (65%), acessos às plataformas (69%) e elementos das plataformas (44%).
A BHTrans calculou a média dos quatro grupos para cada um dos três corredores: Centro (65%), Antônio Carlos (62%) e Cristiano Machado (61%). A média dos três chegou a 62%. “É com base nestas 92 diretrizes que sabemos onde teremos de melhorar”, enfatizou Fontoura, que tem doutorado na área.
As notas poderiam ser melhores se não fosse o desleixo do poder público em conservar estruturas de acesso às estações, como calçadas que não pertencem a propriedades privadas. Um exemplo surreal está num buraco num passeio na Cristiano Machado, a aproximadamente 800 metros do terminal São Gabriel. As calçadas, que tiveram nota 56%, formam uma das diretrizes da travessia, um dos quatro grandes conjuntos.
DESTRUIÇÃO O vandalismo é outro problema. A própria sociedade destrói estruturas, como ocorreu na passarela de acesso a estação São Judas Tadeu, também na Cristiano Machado. Ao longo dela, ferros retorcidos podem machucar usuários. A passagem para pedestres teve parte da grade arrancada. “É um perigo, sobretudo, para crianças. Na hipótese de desatenção, uma delas pode cair, despencar na avenida e ser atropelada”, alertou o vendedor Luiz Afonso.
Muitas estações contam com bons e maus exemplos. Na Avenida Santos Dumont, no Centro, uma estação conta com duas entradas. Numa, o acesso se dá apenas por degraus. Cadeirantes, portanto, precisam percorrer mais de 50 metros em calçadas com trechos desnivelados para chegar à outra entrada, onde há uma rampa.
Na Cachoeirinha, uma das estruturas ao longo da Antônio Carlos, a faixa de pedestre é bem sinalizada. E tem a largura mínima (4 metros) determinada por lei. Da mesma forma, área mínima de 1,2 metro no canteiro entre as faixas de pedestres pintadas nas pistas com direções opostas.
É o espaço, por exemplo, de segurança para que um cadeirante ou idoso possa parar na metade da travessia entre duas calçadas. Já o semáforo para pedestres na mesma estação não é suficiente para garantir a travessia segura daqueles que não têm visão. “O ideal é que todos os equipamentos tenham sinal sonoro para cegos”, explicou Fontoura.
Ele se mostrou animado com o estudo, que ditará onde é preciso melhorias. Uma deles, cita, é na diretriz que recebeu a maior nota, a catraca (95%). Só não foi 100%, explica, porque nem todos os equipamentos permitem a passagem de cadeirantes. Em todas estações, quem se locomove com uma cadeira de rodas entra por um acesso ao lado das catracas.
A única nota 0 foi atribuída aos mapas fixados no interior das estações. Eles não são úteis a quem não enxerga. “Não têm som ou relevo para orientar os cegos. Portanto, puxei (a nota) para zero”, afirmou. Tanto a diretriz mapa quanto a catracas fazem parte do conjunto elementos das plataformas, o que teve a menor nota (44%) entre os quatro grandes grupos.
“O resultado me trouxe satisfação, pois, a partir de agora, há um indicador quantitativo para se chegar aos 100%”, disse Marcos Fontoura, analista de Transporte e trânsito da BHTrans, acrescentando que a nota de 62% significa dizer que este é o percentual de diretrizes em conformidade com a acessibilidade. A construção do indicador foi um trabalho árduo, que durou mais de oito meses.
Os técnicos visitaram as estações, verificaram as estruturas e se debruçaram sobre uma vasta legislação que trata do tema. Ao todo, 92 diretrizes foram avaliadas. Estas, por sua vez, foram agrupadas em quatro conjuntos: travessias (nota 60%), passarelas (65%), acessos às plataformas (69%) e elementos das plataformas (44%).
A BHTrans calculou a média dos quatro grupos para cada um dos três corredores: Centro (65%), Antônio Carlos (62%) e Cristiano Machado (61%). A média dos três chegou a 62%. “É com base nestas 92 diretrizes que sabemos onde teremos de melhorar”, enfatizou Fontoura, que tem doutorado na área.
As notas poderiam ser melhores se não fosse o desleixo do poder público em conservar estruturas de acesso às estações, como calçadas que não pertencem a propriedades privadas. Um exemplo surreal está num buraco num passeio na Cristiano Machado, a aproximadamente 800 metros do terminal São Gabriel. As calçadas, que tiveram nota 56%, formam uma das diretrizes da travessia, um dos quatro grandes conjuntos.
DESTRUIÇÃO O vandalismo é outro problema. A própria sociedade destrói estruturas, como ocorreu na passarela de acesso a estação São Judas Tadeu, também na Cristiano Machado. Ao longo dela, ferros retorcidos podem machucar usuários. A passagem para pedestres teve parte da grade arrancada. “É um perigo, sobretudo, para crianças. Na hipótese de desatenção, uma delas pode cair, despencar na avenida e ser atropelada”, alertou o vendedor Luiz Afonso.
Muitas estações contam com bons e maus exemplos. Na Avenida Santos Dumont, no Centro, uma estação conta com duas entradas. Numa, o acesso se dá apenas por degraus. Cadeirantes, portanto, precisam percorrer mais de 50 metros em calçadas com trechos desnivelados para chegar à outra entrada, onde há uma rampa.
Na Cachoeirinha, uma das estruturas ao longo da Antônio Carlos, a faixa de pedestre é bem sinalizada. E tem a largura mínima (4 metros) determinada por lei. Da mesma forma, área mínima de 1,2 metro no canteiro entre as faixas de pedestres pintadas nas pistas com direções opostas.
É o espaço, por exemplo, de segurança para que um cadeirante ou idoso possa parar na metade da travessia entre duas calçadas. Já o semáforo para pedestres na mesma estação não é suficiente para garantir a travessia segura daqueles que não têm visão. “O ideal é que todos os equipamentos tenham sinal sonoro para cegos”, explicou Fontoura.
Ele se mostrou animado com o estudo, que ditará onde é preciso melhorias. Uma deles, cita, é na diretriz que recebeu a maior nota, a catraca (95%). Só não foi 100%, explica, porque nem todos os equipamentos permitem a passagem de cadeirantes. Em todas estações, quem se locomove com uma cadeira de rodas entra por um acesso ao lado das catracas.
A única nota 0 foi atribuída aos mapas fixados no interior das estações. Eles não são úteis a quem não enxerga. “Não têm som ou relevo para orientar os cegos. Portanto, puxei (a nota) para zero”, afirmou. Tanto a diretriz mapa quanto a catracas fazem parte do conjunto elementos das plataformas, o que teve a menor nota (44%) entre os quatro grandes grupos.