Pesquisa de infestação do Aedes aegypti deixa em alerta Venda Nova e Barreiro

Dados de estudo foi divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte. Índice geral de BH está em nível aceitável, mas é de risco médio nas regionais

Estado de Minas
O Aedes aegypti transmite a dengue, zika e chikungunya, e até a febre amarela - Foto: Marvin Recinos/AFP - 23/6/16
A Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) de Belo Horizonte divulgou nesta sexta-feira o Lira, o índice rápido de infestação do mosquito Aedes aegypti, do mês passado. Na capital como um todo, o índice registrado foi de 1,0%, ou seja, a cada 100 imóveis, em um foi encontrado o foco do mosquito, o que é o aceitável conforme as diretrizes do Ministério da Saúde (MS). Porém, nas duas maiores regionais da cidade, a situação é de médio risco: no Venda Nova, o índice foi de 2,0%, e no Barreiro de 1,5%.

Com base no último Lira de Belo Horizonte, divulgado em janeiro deste ano, os números recentes são positivos, já que o índice apurado foi de 1,3%, ou seja, a cada 100 imóveis pesquisados, em pouco mais de um foram encontradas larva do Aedes aegypti. Em 2016, quando houve surto de dengue na cidade, o Lira do mês de outubro foi de 0,6% dos imóveis verificados em que se encontrou foco do mosquito.

No fim da primeira semana de abril de 2016, a SMSA registrava 25.076 pessoas com dengue, com 13 mortes, naquele ano. Dados divulgados nesta sexta pela secretaria, de 2017, são menos impactantes, com total de 259 confirmados da doença, sem mortes. Há ainda 2.783 suspeitas de dengue em investigação. Mas a situação é preocupante em relação ao crescimento dos casos de chikungunya: se no primeiro trimestre deste ano somavam 15 pacientes infectados, no período de uma semana deste mês, foram confirmados mais seis diagnóstico da doença, somando agora 21 registros da doença.

O levantamento do índice rápido de infestação do mosquito Aedes aegypti é realizado três vezes ao ano, em janeiro, março e outubro. Porém, em 2016, o MS priorizou as ações de combate ao mosquito e não teve pesquisa em janeiro e março.
O Lira é uma importante ferramenta para o planejamento e execução de ações de combate aos criadouros do Aedes aegypti, que é transmissor dengue, zika e chikungunya, e também pode ser vetor da febre amarela em áreas urbanas.

O mais recente Lira de BH, de março de 2017, foi realizado em cerca de 51mil imóveis e revelou que 85% dos focos do mosquito estão dentro dos domicílios. Em levantamentos anteriores, este percentual ficava em torno de 80%. Dentre os criadouros predominantes, destaque para os inservíveis (tampinhas, vasilhames, garrafas) que representam 22,4% dos criadouros, seguido pelos pratos dos vasos de plantas (13,5%), pelas caixas d´água (12,1%) e por barris/tambores (8,4%).

Levantamento direciona ações de combate

O Lira identifica as áreas da cidade com maior proporção de ocorrência de focos do mosquito e os criadouros predominantes. A partir dos resultados da pesquisa, é possível a intensificação das ações de combate à dengue nos locais com maior presença do Aedes aegypti, como mutirões, vistorias mais detalhadas, entre outras medidas que podem ser direcionadas para áreas de maior risco apontadas no levantamento, como foi o caso das regionais Venda Nova e Barreiro.

De acordo com o último balanço da SMSA, desta sexta-feira, dos 259 casos de dengue confirmados, 39 são na regional Barreiro e 38 na Venda Nova. A Noroeste aparece com 40 pessoas infectadas, maior número de contaminação pela doença nas nove regiões da capital.

Ainda, conforme a secretaria, estão confirmados 21 casos de chikungunya, sendo 14 importados, ou seja, contraídos fora de Belo Horizonte. Há ainda 25 notificações em investigação para a doença. Já os registros de zika vírus somam três pessoas infectadas na capital. Há 55 suspeitas para a doença em apuração, dos quais 40 são de residentes em BH. A SMSA informou ainda que há 21 notificações de microcefalia, pendentes de investigação. .