Termina greve de alunos contra falta de estrutura de escola no Leste de Minas

Depois de 23 dias de paralisação, alunos da Escola Estadual Monsenhor Rocha, em Santa Bárbara do Leste, no Vale do Rio Doce, retornam às aulas nesta quarta-feira. A greve foi promovida pelos pais e estudantes, em protesto contra a falta de estrutura física para abrigar alunos do 6º ao 9º ano da educação fundamental e das três séries do ensino médio, que se revezam em salas de aulas improvisadas em pontos diferentes da cidade, algumas em locais que eram destinados a garagens.

A diretora da escola, Jussara de Oliveira, confirmou que apesar do feriadão, nesta quarta as aulas serão retomadas e, posteriormente será realizado um esquema de reposição do conteúdo perdido. De acordo com ela, na tarde desta terça-feira, um convênio foi assinado para a construção do novo prédio escolar, entre a prefeita Wilma Pereira (PP), o chefe de gabinete da Secretaria Estadual de Educação (SEE-MG) , Hércules Macedo, e a diretora da Superintendência Regional de Ensino de Caratinga, Landielene Gomes Ferreira.

Com o acordo, o governo estadual vai repassar R$ 3,7 milhões para a administração municipal, que vai se encarregar de executar o projeto do novo prédio escolar, que já está concluído. “O terreno já foi adquirido em 2013 e agora nossa expectativa é de que no final do próximo anos os estudantes possam ser transferidos para a nova unidade”, disse a diretora.

Na cidade há duas escolas, sendo uma a Municipal Márlon dos Reis Lopes, que se destina à educação infantil, que pela manhã e à tarde recebe crianças de até 5 anos. No período da noite, o prédio da instituição municipal recebe alunos do ensino médio da Escola Monsenhor Rocha e da Educação de Jovens Adultos (EJA).

Porém, estudantes do turno da manhã da instituição estadual, com idades de 10 a 14 anos, do 7º ao 9º ano, e da tarde, de 6 a 10 anos, do 1º ao 6º anos, estão abrigados em nove salas que funcionam na casa paroquial da Igreja Matriz de Santa Bárbara do Leste. Como o espaço não é suficiente para abrigar a demanda de alunos por matéria, foram alugados mais quatro salas, em áreas comerciais. Dependendo do quadro de horário e aula, as crianças têm que transitar pelas ruas da cidade para trocar de salas.

A administradora Karina Teixeira, de 43 anos, mãe de aluno e uma das lideranças do movimento grevista, comemorou a assinatura do convênio. “O acordo foi recebido com festa na cidade. Tínhamos o receio de que a prefeitura não iria concordar em realizar a licitação da obra, bem como a administração de sua execução, por considerar que seria uma tranferência de responsabilidade. Mas agora estamos confiantes de que nossos filhos terão as condições adequada para estudarem no futuro”, destacou.