Um dos dois maiores, Roberth Martins da Silva, de 20 anos, era, inclusive, foragido da Justiça após uma saída temporária para passar o Natal em casa enquanto cumpria pena de nove anos por um roubo em 2015. Na ocasião, ele desceu de um carro em um ponto de ônibus e roubou objetos de vários passageiros aguardando coletivo.
Como não voltou após o benefício, passou a ser procurado. Já Marcos Flávio de Oliveira Souza, de 18, também participou do mesmo assalto em 2015, mas como era menor na época, acabou escapando de punição mais rígida.
O terceiro envolvido no caso tem apenas 17 anos e foi apreendido logo depois de roubar, a mão armada, uma carga de carne suína no Anel Rodoviário de Belo Horizonte. Os três ostentavam roupas de marca e festas de luxo com o dinheiro proveniente de roubos.
ENTENDA O CASO Segundo a Polícia Civil, o trio nem chegou a levar o celular de Gabriel, objeto cobiçado pelo trio que acabou causando a morte do jovem com uma vida promissora pela frente. De acordo com o delegado Emerson Morais, responsável pelo inquérito, os três se dividiram em duas motos, sendo o menor sozinho em uma delas dando cobertura, e os outros dois em outra. Eles seguiram em 6 de fevereiro pela Rua Ilha da Malta a procura de uma oportunidade de assalto.
Roberth e Marcos Flávio observaram Gabriel andando pela rua e mexendo no celular, quando o abordaram. Ele tinha saído de uma quadra de futebol e se dirigia a casa de um amigo para jogar truco.
O tiro acertou a veia cava de Gabriel e perfurou seus dois pulmões. A vítima ainda foi socorrida por policiais militares ao Hospital Risoleta Tolentino Neves, na Região de Venda Nova, mas não sobreviveu. O celular nem chegou a ser levado e os bandidos fugiram.
Graças a informações repassadas pela população via Disque Denúncia (181), a polícia conseguiu localizar os suspeitos e começou a remontar o caso. “O menor apontou os dois como autores do disparo e os dois jogaram a responsabilidade no menor. Mas os álibis que eles construíram foram derrubados pela investigação”, afirma o delegado.
Um segundo menor disse à Polícia Civil que o adolescente envolvido diretamente no caso levou ao amigo a arma do crime para ser escondida, mas ela não foi encontrada. “Ele falou ao colega que o assalto 'deu ruim', na gíria usada por eles”, acrescenta Emerson Morais. O adolescente, inclusive, teria participado de outro roubo na Estação São Gabriel quatro dias depois e foi apreendido em 8 de março logo após cometer outro roubo, dessa vez armado.
Na manhã desta terça-feira, Roberth e Marcos Flávio foram apresentados, mas negaram envolvimento. Os dois podem pegar de 20 a 30 anos de cadeia pelo crime de latrocínio, que é o roubo seguido de morte, e o adolescente pode ficar até três anos internado.