A audiência que ouviria testemunhas do assassinato das irmãs mineiras Michele Santana Ferreira, de 28 anos, Lidiana Neves Santana, de 16, e de Thayane Milla Mendes Dias, 21, em Portugal, foi adiada pela Justiça Federal. Problemas técnicos impediram que pessoas moradoras do país fossem ouvidas por meio de videoconferência. A nova sessão passou para 11 de maio deste ano. Essa é a segunda audiência sobre o caso. Testemunhas já chegaram a ser ouvidas em abril deste ano.
O pedreiro Dinai Alves Gomes, de 35 anos, foi preso por causa do crime. Em Fevereiro deste ano, o Ministério Público Federal (MPF) ofereceu denúncia contra ele por triplo feminicídio, tripla ocultação de cadáver e roubo. As jovens estavam desaparecidas desde fevereiro do ano passado.
O assassinato foi motivado por causa do relacionamento extraconjugal que tinha com Michele. Dinai tinha outra mulher e uma filha no Brasil. Ele chegou até a ameaçar de morte Michele caso ela ficasse grávida. Na denúncia recebida pela polícia, a garota mandou uma mensagem para a mãe relatando que esperava um filho dele. Isso pode ter sido uma das causas do crime.
A irmã de Michele, Lidiana, foi para Portugal em novembro de 2015 para morar com ela. Dias depois, elas se mudaram para a casa de Dinai. Em janeiro de 2016, foi a vez de Thayane desembarcar no país. Até então, Dinai estava solícito com as garotas. Chegou até a interceder junto ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) para que Thayane pudesse entrar em Portugal.
Segundo o MPF, por causa desta situação, em 1º de fevereiro, Michele saiu para o trabalho. Dinai aproveitou e assassinou Thayane e Lidiane. Os corpos delas foram colocados dentro de uma fossa séptica no canil onde trabalhava. De acordo com as investigações, ele retirou todos os objetos e documentos das vítimas da casa, e em seguida foi ao aeroporto buscar a mulher e a filha que haviam acabado de chegar do Brasil.
Durante a noite, Dinai buscou Michele no trabalho, em Lisboa, e levou a Tires. Lá, ele a assassinou e o corpo foi colocado no mesmo local onde estavam as outras vítimas. “Após a ocultação dos três cadáveres, Dinai teve o cuidado de elevar a boia que controlava o nível da água, a fim de que a fossa ficasse quase cheia, bem como cortou o fio elétrico do alarme de aviso do nível da água e recolocou a proteção metálica sobre a fossa, tudo com a finalidade de garantir que os corpos não fossem descobertos", diz a denúncia.
De acordo com o MPF, após as mortes, Dinai chegou a ligar para a o local de trabalho de Michele e inventado que a mãe dela tinha morrido e que, por isso, ela e a irmão voltaram para o Brasil. Também conversou com a mãe da vítima por meio de um aplicativo de celular se passando por ela. Os corpos das vítimas foram encontrados em 26 de agosto, quando a fossa passou por manutenção.
Dinai foi preso em 5 de setembro do ano passado em Belo Horizonte.