A delegada Jeneffer Caldeira, que coordena as investigações, confirmou nesta segunda-feira que as ações criminosas, registradas em Pitangui e cidades vizinhas desde a sexta-feira, estão relacionadas ao mesmo grupo. De acordo com a policial, já foram identificados outros envolvidos com o bando.
Os criminosos começaram os ataques na noite da sexta-feira, quando invadiram um sítio em Pitangui. Agindo de forma truculenta, que lembra os tempos do cangaço, os ladrões chegaram a torturar idosos.
Num dos casos, a sitiante Maria Ana Vascocelos de Campos, de 58 anos, foi executada com um tiro no pescoço, no domingo, ao tentar impedir que seu marido, de 67, fosse agredido pelos assaltantes. No mesmo dia, Raimundo Alves Pinto, de 77, foi morto pela gangue em sua fazenda. A terceira vítima, também um idodo, foi assassinada no sábado.
Além de Pitangui, na sequência de ataques teve assaltos nas cidades de Leandro Ferreira e Conceição do Pará. Foram roubados seis veículos e objetos de valor, como aparelhos eletroeletrônicos, telefones celular e dinheiro. A PM recuperou os automóveis e alguns dos pertences das vítimas.
Entre as operações policiais, na madrugada desta segunda-feira, um esconderijo da quadrilha foi estourado na zona rural de Leandro Ferreira. Houve troca de tiros e dois adolescentes, ambos de 17 anos, apontados como chefes do bando, foram mortos.
Dois integrantes do bando presos depois de assassinatos
De acordo com o tenente-coronel Wemerson Lino Pimenta, comandante do 60º Batalhão da PM, que fica em Nova Serrana, dois integrantes da quadrilha, ambos de 19 anos, foram presos na área urbana de Pitangui, hora depois dos homicídios.
“Um dos líderes do grupo é um menor de idade que fugiu do centro de internação de Ribeirão das Neves. Registramos um aumento de ocorrências na região depois da fuga do adolescente”, destacou o oficial. Três armas de fogo foram apreendidas na ação da PM.
Uma testemunha de um dos crimes informou que tudo pode ter começado na sexta-feira, quando quatro bandidos invadiram seu sítio, em Pitangui e o dominaram, junto com a mulher, um filho, a nora e um irmão.
“Eles fizeram uma limpa na propriedade, levando diversos aparelhos eletrônicos, roupas e demais objetos pessoais. Tudo foi colocado nos dois carros da família que estavam no sítio. Os quatro estavam bastante alterados e ameaçaram de morte as vítimas, colocando uma faca no pescoço de uma das pessoas e um revólver na cabeça de outro”, recordou. Os dois veículos foram usados em outros ataques do bando.