Na Cape, tudo é colorido. Personagens do imaginário infantil estão por toda parte. Clássicos da literatura infantojuvenil enchem a biblioteca. O espaço foi fundado há pouco mais de três anos, resultado de, literalmente, um sonho que se tornou realidade.
Os atendidos na Cape têm acesso a serviço psicológico, de assistência social, nutrição, fisioterapia e acupuntura. Mesmo em tratamento, ninguém fica sem estudar. O espaço disponibiliza uma escola reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC), em parceria com a Prefeitura de BH. “O câncer tem uma média de tratamento de dois a cinco anos e, por isso, atinge não só o paciente, mas toda a família. A doença pode levar ao desemprego, pois a mãe, às vezes, tem que abandonar o trabalho para cuidar do filho. Em muitos casos, leva também ao divórcio, enfim, abala toda a estrutura das famílias. Buscamos apoiá-las, para darem continuidade ao tratamento até a cura da criança”, afirma a superintendente da casa, Mônica Araújo. Outro ponto forte da equipe é o fortalecimento da fé, independente da religião. “Acreditamos que a fé tem um fator grande no percentual de cura”, explica.
Mesmo diante de tanto esforço, perdas são inerentes.
kit sorriso Nos cinemas da rede Cineart, está à venda na bomboniere o Kit Sorriso – refrigerantes e um balde de pipoca com o desenho de vários sorrisos. Parte da renda da comercialização do produto vai para a Cape. A ideia dessa parceria, uma das mais recentes, é vender sorrisos para arrecadar recursos em prol da casa.
Mônica Araújo lembra que a solidariedade tem um significado especial em todo esse trabalho: “Não estamos aqui para tratar a doença. O que vale é a vida. Não tratamos ninguém como coitados.Todos estão vivos e faremos o possível para que esses momentos sejam os melhores. Acreditamos sempre que existe um futuro. Todos os atendimentos e atividades estão buscando para as famílias um futuro melhor”.
A Cape busca apoio de várias empresas e de pessoas físicas. Quem quiser ajudar pode programar doações por cartão de crédito mensal e também por boleto ou depósito bancário. Mais informações no (31) 3401-8000 ou 98896-5593 (WhatsApp) e pelo site cape-mg.org.br.
Governo reforça importância do diagnóstico precoce
O Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer (Inca) lançaram, este ano, documento inédito na tentativa de detectar o quanto antes o câncer em crianças e adolescentes. O protocolo de diagnóstico precoce do câncer pediátrico tem o objetivo de auxiliar profissionais da saúde a conduzir casos suspeitos e confirmados dentro de uma linha de cuidado, com definição de fluxos e ações desde a atenção básica até a assistência de alta complexidade. De acordo com a pasta, a doença nos pequenos tem crescimento rápido, por isso, é importante o diagnóstico precoce e o ágil encaminhamento para início de tratamento.
O secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Francisco Figueiredo, informou que, em muitos casos, a dificuldade de suspeita e de diagnóstico do câncer nas crianças e nos adolescentes é o fato dos sinais e sintomas serem comuns a outras doenças. Isso faz com que as famílias recorram à assistência médica várias vezes, e o paciente pode ser diagnosticado já com doença avançada.
Entre os sintomas de câncer em crianças estão: palidez, hematomas, sangramento, dor óssea, perda de peso inexplicada, caroços ou inchaços, alterações oculares, inchaço abdominal, dores de cabeça persistente, vômitos e dor em membro, inchaço sem trauma. Dados do Inca mostram que a mortalidade por câncer entre crianças e adolescentes no Brasil está estável, sendo, atualmente, a primeira causa de morte por doença na faixa etária de 1 a 19 anos.
Os tipos de cânceres infantojuvenis mais comuns são as leucemias, seguidos dos linfomas (gânglios linfáticos) e dos tumores do sistema nervoso central (conhecidos como cerebrais). O número de óbitos por câncer nessa faixa etária é menor apenas do que o de causas externas, como os acidentes e violência. No Brasil, o câncer infantojuvenil responde por 3% de todos os tipos de câncer, o que leva à estimativa de que tenha ocorrido, no ano passado, aproximadamente 12,6 mil casos novos de câncer em crianças e adolescentes até os 19 anos de idade..