Depois de anos de muito trabalho para devolver à capital os traços originais de um dos seus principais monumentos, chega à última etapa a pintura externa da Igreja São José, no Centro de Belo Horizonte. Começou no fim de semana a montagem dos andaimes para os serviços que vão durar oito meses e valorizar a arquitetura de uma das construções religiosas mais importantes da cidade e, para especialistas em arte, a mais bonita. “A obra começará no próximo dia 2 e terá duração de oito meses”, disse ontem o vigário paroquial padre Flávio Campos, lembrando que os recursos de R$ 600 mil provêm da campanha “São José é 10”, com ampla participação comunitária. No ano que vem, a intervenção será na parede do fundo do templo.
“Como nas etapas anteriores, o trabalho de agora, a cargo da especialista Maria Regina Reis Ramos, do Grupo Oficina de Restauro, responsável pela obra desde o início, inclui a remoção das camadas de pintura e restauração seguindo o modelo do início do século 20”, diz o vigário paroquiano da congregação redentorista. “Nosso objetivo é fazer a requalificação do espaço, resgatando a originalidade. Vista do alto, a igreja tem o formato de uma cruz, e os jardins e a escadaria têm o desenho de um cálice”, afirma. Assim, para o ano que vem, estão previstas também a revitalização da calçada no entorno, acessibilidade, corrimão nas escadarias, todas intervenções aprovadas pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte.
PARTICIPAÇÃO Com a camisa da campanha “São José é 10”, que traz a estampa do santo com o Menino Jesus, o coordenador da Pastoral do Dízimo e ministro da eucaristia, Antônio Guimarães, explica que a participação dos fiéis é decisiva. “As pessoas abraçaram a campanha. Distribuímos 10 mil carnês”, afirmou. “Muita gente nos procurou para ajudar, alguns muito humildes, trazendo um saco de moedas.” Outros agradeceram. “Uma mulher relatou que esqueceu o laptop em um táxi e o recuperou graças a São José, pois o carnê estava junto com o equipamento”, contou Guimarães. A campanha tem à frente o titular da Paróquia de São José, padre Nelson Antônio Linhares.
Na manhã de ontem, quem chegava ao tempo para a missa ou simplesmente passeava pela Avenida Afonso Pena não deixava de notar os andaimes. “A igreja está muito bonita, essa obra enriquece nosso patrimônio”, comentou a dona de casa Maria Conceição Moreira. A amiga Maria da Piedade Prado Silva, também moradora do Bairro Buritis, na Região Oeste da capital, destacou a beleza do templo que se destaca na região central. “Está maravilhosa, vistosa com essas cores”, disse a pedagoga Carolina Carina, moradora do Centro e igualmente admiradora da restauração.
DESTAQUES A primeira fase de restauro da Igreja São José se refere ao interior da igreja e ocorreu entre 2010 e 2013; e a segunda, em 2014, contemplou a recuperação da fachada e torres. Nesse ano, foi também recuperada a capela interna, chamada de Oratório. Em 2016, foi a vez da lateral direita, voltada para a Rua dos Tamoios, seguindo à risca o projeto elabora por Edgard Nascentes Coelho, em maio de 1901, quando a capital ainda se chamava Cidade de Minas.
No interior da igreja, um dos destaques está nas pinturas parietais – feitas diretamente nas paredes e teto, sobre o reboco, moda em BH no início do século 20 –, que consumiram dois anos de trabalho, entre 1911 e 1912. Considerado o maior conjunto desse tipo de ornamentos em igrejas da capital, o interior da matriz reúne uma variação de motivos religiosos e alguns pagãos: há figuras de 28 santos – de um lado os homens e do outro as mulheres –; o patrono da matriz no alto do arco-cruzeiro, com a inscrição “Rogai por nós”; os evangelistas; painéis mostrando José do Egito, que nada tem a ver com o pai adotivo de Jesus, sendo vendido pelos irmãos e depois em sua volta triunfal; Nossa Senhora ao lado dos apóstolos; e até os símbolos do zodíaco, que, para os religiosos, representam constelações. A decoração pictórica de São José foi feita pelo alemão Guilherme Schumacher, entre 1911 e 1912.
Enquanto isso...
...Estrutura metálica é retirada
Andaimes sobem, estruturas descem. Instalada para publicidade há mais de 20 anos num anexo da Igreja São José, na esquina das ruas Tupis e Rio de Janeiro, no Centro da capital, a gigantesca armação metálica que cobria uma loja foi retirada no fim de semana. Segundo os padres redentoristas, a intervenção seguiu orientação do Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte. Trata-se, segundo os padres redentoristas, de mais uma intervenção para requalificação do quarteirão da São José.
“Como nas etapas anteriores, o trabalho de agora, a cargo da especialista Maria Regina Reis Ramos, do Grupo Oficina de Restauro, responsável pela obra desde o início, inclui a remoção das camadas de pintura e restauração seguindo o modelo do início do século 20”, diz o vigário paroquiano da congregação redentorista. “Nosso objetivo é fazer a requalificação do espaço, resgatando a originalidade. Vista do alto, a igreja tem o formato de uma cruz, e os jardins e a escadaria têm o desenho de um cálice”, afirma. Assim, para o ano que vem, estão previstas também a revitalização da calçada no entorno, acessibilidade, corrimão nas escadarias, todas intervenções aprovadas pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte.
PARTICIPAÇÃO Com a camisa da campanha “São José é 10”, que traz a estampa do santo com o Menino Jesus, o coordenador da Pastoral do Dízimo e ministro da eucaristia, Antônio Guimarães, explica que a participação dos fiéis é decisiva. “As pessoas abraçaram a campanha. Distribuímos 10 mil carnês”, afirmou. “Muita gente nos procurou para ajudar, alguns muito humildes, trazendo um saco de moedas.” Outros agradeceram. “Uma mulher relatou que esqueceu o laptop em um táxi e o recuperou graças a São José, pois o carnê estava junto com o equipamento”, contou Guimarães. A campanha tem à frente o titular da Paróquia de São José, padre Nelson Antônio Linhares.
Na manhã de ontem, quem chegava ao tempo para a missa ou simplesmente passeava pela Avenida Afonso Pena não deixava de notar os andaimes. “A igreja está muito bonita, essa obra enriquece nosso patrimônio”, comentou a dona de casa Maria Conceição Moreira. A amiga Maria da Piedade Prado Silva, também moradora do Bairro Buritis, na Região Oeste da capital, destacou a beleza do templo que se destaca na região central. “Está maravilhosa, vistosa com essas cores”, disse a pedagoga Carolina Carina, moradora do Centro e igualmente admiradora da restauração.
DESTAQUES A primeira fase de restauro da Igreja São José se refere ao interior da igreja e ocorreu entre 2010 e 2013; e a segunda, em 2014, contemplou a recuperação da fachada e torres. Nesse ano, foi também recuperada a capela interna, chamada de Oratório. Em 2016, foi a vez da lateral direita, voltada para a Rua dos Tamoios, seguindo à risca o projeto elabora por Edgard Nascentes Coelho, em maio de 1901, quando a capital ainda se chamava Cidade de Minas.
No interior da igreja, um dos destaques está nas pinturas parietais – feitas diretamente nas paredes e teto, sobre o reboco, moda em BH no início do século 20 –, que consumiram dois anos de trabalho, entre 1911 e 1912. Considerado o maior conjunto desse tipo de ornamentos em igrejas da capital, o interior da matriz reúne uma variação de motivos religiosos e alguns pagãos: há figuras de 28 santos – de um lado os homens e do outro as mulheres –; o patrono da matriz no alto do arco-cruzeiro, com a inscrição “Rogai por nós”; os evangelistas; painéis mostrando José do Egito, que nada tem a ver com o pai adotivo de Jesus, sendo vendido pelos irmãos e depois em sua volta triunfal; Nossa Senhora ao lado dos apóstolos; e até os símbolos do zodíaco, que, para os religiosos, representam constelações. A decoração pictórica de São José foi feita pelo alemão Guilherme Schumacher, entre 1911 e 1912.
Enquanto isso...
...Estrutura metálica é retirada
Andaimes sobem, estruturas descem. Instalada para publicidade há mais de 20 anos num anexo da Igreja São José, na esquina das ruas Tupis e Rio de Janeiro, no Centro da capital, a gigantesca armação metálica que cobria uma loja foi retirada no fim de semana. Segundo os padres redentoristas, a intervenção seguiu orientação do Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte. Trata-se, segundo os padres redentoristas, de mais uma intervenção para requalificação do quarteirão da São José.