Ele adiantou que a categoria aproveitará o dia da paralisação para fazer uma assembleia, às 9h, na Associação Médica (Avenida João Pinheiro, no Centro), onde será discutida parte da pauta da campanha salarial. “O patronal nos oferece 3% de reajuste, mas a maioria das escolas reivindica de 12% a 14%”.
Em nota, o presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG), Emiro Barbini, informou que a entidade acompanha as movimentações econômicas e políticas do país e que não é favorável à greve. “(O Sinep-MG) não autoriza nem apoia a propalada paralisação dos professores”, diz trecho da nota.
Além da educação – servidores públicos do setor também decidiram aderir à greve –, os serviços de transporte em Belo Horizonte serão afetados pela paralisação. De acordo com balanço parcial apresentado pelos sindicatos na tarde de ontem, não vai haver escala mínima e os trabalhadores serão impedidos de sair das garagens. Nas estradas, eles prometem fazer um trancaço, fechando rodovias. “Já estamos mobilizando a categoria e não vamos trabalhar com escala mínima, é 100% de paralisação. Soltamos carta aberta à população e eles estão recebendo bem. Não vamos participar das manifestações porque temos que resguardar as portas das garagens”, afirmou o presidente do Sindicato dos Rodoviários de Belo Horizonte da Região Metropolitana, Ronaldo Batista.
De acordo com o dirigente sindical, a paralisação vai atingir os ônibus de BH, Nova Lima, Ribeirão das Neves, Santa Luzia, Vespasiano, Lagoa Santa, Betim, Contagem e outros municípios da Região Metropolitana. “Nesta sexta não vai existir ônibus na Região Metropolitana”, garantiu. Batista afirmou que, mesmo se houver liminar da Justiça, a intenção é permanecer com a mobilização. As centrais sindicais pretendem se juntar para pagar multas, caso elas sejam determinadas pela Justiça do Trabalho.
Atos no estado Ao todo, 55 categorias já aderiram ao dia nacional de paralisação contra as reformas. Em Minas Gerais, estão previstos 53 atos em municípios, incluindo Belo Horizonte, que terá protesto promovido pelos sindicatos nas praças da Estação e Sete. Além das categorias dos transportes e educação, estarão parados os trabalhadores públicos da saúde, petroleiros, metalúrgicos, funcionários dos Correios, Cemig, Copasa, bancários, servidores de municípios e outros. No meio privado também aderiram sindicatos de categorias como psicólogos, economistas e da construção civil.
Segundo a presidente da Central Única dos Trabalhadores, Beatriz Cerqueira, o movimento do dia 28 de abril não será medido pelo número de pessoas nas ruas, mas pela quantidade de serviços parados. De acordo com ela, as mudanças feitas no texto da Reforma da Previdência são “uma falsa ideia de que o governo estaria recuando”. A dirigente afirma que as reformas atingem todos os brasileiros. “O que está em jogo é o risco do fim da Consolidação das Leis Trabalhistas, é o seu dinheiro para aposentar e, para quem está desempregado, a possibilidade de conseguir um novo emprego por causa da precarização das relações trabalhistas e da terceirização”, disse.
QUEM CRUZA OS BRAÇOS AMANHÃ
» Educação: O Sind-UTE espera grande adesão na rede estadual. As Unidades Municipais de Educação Infantil (Umeis) não vão abrir. Pelo menos 25 colégios particulares também não devem funcionar.
» Saúde: A escala deverá ser reduzida no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, no Júlia Kubitschek, no Galba Veloso, no Odete Valadares, no Hospital Alberto Cavalcanti, entre outros. Alguns postos de saúde podem ter escala mínima.
» Bancos: Várias agências não devem abrir.
» Transporte: Empresas de ônibus tentam liminar na Justiça para escala mínima.
ESCALA MÍNIMA NO METRÔ DE BH
O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) concedeu liminar à Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e determinou o mínimo de 80% das composições nos horários de pico (5h30 às 10h e das 16h às 20h) e de pelo menos 60% nos demais horários. Em caso de desobediência, o Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro-MG) estará sujeito a multa de R$ 250 mil. Empresas de ônibus também recorreram ao Judiciário para garantir a circulação dos coletivos, mas não houve decisão até o fechamento desta edição. Mais cedo, antes da decisão, o presidente do Sindmetro, Romeu José Machado Neto, afirmou que a intenção é que não haja escala mínima. “Se você circula com 80% prejudica mais o trabalhador na plataforma e o usuário. Quem fala em reduzir 20% nunca pegou metrô lotado”, afirmou.