Exames de grafia e de identidade visual, além do registro fotográfico e análise de imagens de câmeras próximas à Igreja São Francisco de Assis, na orla da Pampulha, em Belo Horizonte, foram as peças-chave para que a Polícia Civil chegasse à confirmação de que Wesley Abreu da Silva, de 34 anos, é de fato o autor da pichação do monumento.
Leia Mais
Polícia cumpre mandados de busca e apreensão sobre pichação da Igrejinha da PampulhaLimpeza de pichação na Igrejinha da Pampulha deve terminar hojeFim das marcas de pichação na Igrejinha da PampulhaComeça limpeza de pichação da Igrejinha da PampulhaPolícia começa a ouvir suspeitos de pichação na igrejinha da PampulhaLei determina novos valores de multa para pichador em BHPerícia aumenta esperanças de moradores de reaver peça atribuída a AleijadinhoBHTrans prepara operação especial para clássico de domingoDe acordo com a delegada Cristiane Lopes, da Delegacia Especializada de Crimes contra o Meio Ambiente e Conflitos Agrários, Wesley está solto e vai responder, em liberdade, pelo artigo 65 da Lei 9.605, que criminaliza a prática de pichar, ou por outro meio, danificar edificação ou monumento urbano.
A policial explica que, “mesmo com a identificação de Wesley e sem restar dúvidas de que é ele o autor da pichação, não cabe prisão porque o crime é de menor potencial ofensivo”. Segundo ela, Wesley responderá pelo crime no tipo qualificado, por se tratar de um monumento tombado pelo patrimônio, com pena de seis meses a um ano de detenção, mais multa, a ser arbitrada pela Justiça.
A delegada e peritos que trabalharam no caso explicaram a dinâmica das investigações. De acordo com Cristiane Lopes, em 16 de março, primeiro dia de apurações, foi possível chegar a um livro publicado na internet e intitulado Perfeitaísmo, escrito por Wesley. Na data seguinte, ele foi chamado a prestar depoimento e negou que tenha sido ele o autor da pichação, mas se dispôs a arcar com os custos da limpeza da igreja.
“Ele se apressou muito assustado e não soube explicar onde estava no momento do dia e momento da pichação. O fato de ele ter oferecido para limpar a parede como forma de 'resolver isso logo' nos chamou a atenção e passamos a suspeitar dele”, explica a delegada.
No dia em que foi ouvido, o acusado também se disse surpreso com a 'repercussão negativa' que o fato teve. “Ele disse em depoimento acreditar que seria chamado pela imprensa para dar entrevistas sobre o livro dele e não que a imprensa falasse do aspecto negativo da pichação”, afirmou Cristiane.