Belo Horizonte promete parar e aderir à greve geral marcada para esta sexta-feira contra as reformas da Previdência, trabalhista e a Lei da Terceirização, mas só saberá o alcance das paralisações na hora “H”. Isso porque, diante da decisão dos metroviários e rodoviários de não cumprir escala mínima, não se sabe quem conseguirá chegar ao trabalho, mesmo depois de muitos órgãos públicos e empresas terem decidido buscar funcionários em casa – caso de unidades de saúde da Prefeitura de BH e da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig). Nas escolas, a paralisação é certa nas redes estadual e municipal. Nas particulares, o sindicato da categoria afirma que a adesão também será maciça.
Os dois sindicatos das empresas de ônibus que fazem o serviço de transporte público em Belo Horizonte e na Grande BH conseguiram uma liminar no Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais (TRT-MG) que obriga os rodoviários a manter uma escala mínima de 80% durante os horários de pico, sob pena de multa de R$ 80 mil. Mas o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Belo Horizonte e Região Metropolitana informou que vai manter a greve geral. Os trabalhadores prometem ficar na porta das garagens para impedir a saída dos coletivos. Os metroviários também decidiram não cumprir a escala de 80% determinada pela Justiça e podem pagar multa de RS 250 mil.
Diante disso, outros serviços serão impactados, seja pela adesão à paralisação, seja pela impossibilidade de chegar ao trabalho. O transporte tem sido ainda o balizador de outras categorias para definirem suas ações hoje.
A Prefeitura de BH informou que o funcionamento de serviços e equipamentos municipais será normal, não tendo sido decretado ponto facultativo. O sindicato dos professores municipais (Sind-Rede) informou, porém, que as cerca de 340 escolas e unidades municipais de educação infantil (Umeis) não funcionarão. O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sindibel) também afirma que a maioria dos servidores vai cruzar os braços. Centros de saúde, segundo a categoria, não abrirão.
Algumas unidades de pronto-atendimento (UPAs), entre elas, a da Pampulha, funcionarão com escala mínima. “Alguns gestores estão fazendo um sistema preventivo e pondo Kombi para buscar os servidores em casa. No Odilon Behrens isso vai ocorrer”, afirma a diretora do Sindibel Cleide de Oliveira. Segundo ela, os servidores públicos da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) e da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) também vão parar.
Escolas
Os professores do estado também não trabalham. Na rede particular, colégios divulgaram carta aberta aos pais apoiando a greve, caso do Santo Agostinho, na Região Centro-Sul de BH. Citando uma frase de Santo Agostinho, o documento diz que “A esperança tem duas filhas lindas: a indignação e a coragem. A indignação nos ensina a não aceitar as coisas como estão; a coragem, a mudá-las”. Na Rede Coleguium, onde também não haverá aulas, o tema foi tratado em sala de aula. “Queremos que os meninos entendam e critiquem, com o apoio da família, o contexto do país. A orientação aos professores é de dar informações e não conclusões. Há docentes favoráveis e contra as reformas. O importante é estabelecer uma reflexão com os alunos”, afirma a supervisora de ética, filosofia e sociologia, Juliana Tauil Tavares.
Cultura
Em Belo Horizonte, alguns eventos culturais foram cancelados ou adiados. A apresentação do Quinteto Lund no Conservatório UFMG foi adiada para a próxima sexta-feira.
Como deve ser a adesão na capital mineira
Metrô – Não funciona
Ônibus – Não funciona
Postos de saúde – Fechados
UPAs – Funcionam com escala mínima
Hospitais da Rede Fhemig – Funcionam com escala mínima
Hospital Odilon Behrens – Funciona com escala mínima
Escolas municipais e Umeis – Fechadas
Escolas estaduais – Fechadas
Escolas particulares – Muitas não funcionarão
Cemig – Servidores não trabalham
Copasa – Servidores não trabalham
UFMG – Técnicos-administrativos não trabalham
Cefet – Técnicos-administrativos não trabalham
Bancos – Fechados
FONTE: CUT-MG e Sindibel
RB
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