"Não posso me dar ao luxo", diz vendedora que apoia greve, mas foi trabalhar

Assim como Daniele Isaias, de 22 anos, outros trabalhadores da Savassi, do Hipercentro de Belo Horizonte compareceram ao serviço

Valquiria Lopes

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O medo de serem prejudicados no trabalho, depois de um longo período de desemprego, foi apontado por trabalhadores do comércio como motivo para não aderirem à paralisação contra as reformas Trabalhista e da Previdência, em Belo Horizonte, nesta sexta-feira. Assim como, a obrigatoriedade de cumprir prazos e metas, deixou muita gente fora do protesto.

Entre o grupo que bateu o cartão de ponto está a vendedora Daniele Isaias, de 22 anos, que trabalha em uma loja na Savassi, na Região Centro-Sul, há pouco mais de dois meses. “Sei que a paralisação faz sentido, que temos que lutar pelos nossos direitos, mas não posso me dar ao luxo de faltar ao serviço. Fiquei tanto tempo desempregada, que tenho medo de perder novamente o emprego”, disse a jovem que trabalha em uma loja de artigos de papelaria e presentes.

O desemprego também foi o motivo que fez a vendedora Lais Felipe Rosa, de 25 anos, que trabalha em uma loja de lingerie, na Savassi, não abrir mão de ir para o trabalho nesta sexta-feira. “A dona da loja disse que era para trabalhar normalmente, então não podia deixar de vir. Até achei que fosse ter problema com o transporte público, mas os dois ônibus que pego, diariamente, não demoraram a passar”, contou.

Já o engenheiro civil Márcio Esteves tinha projetos para entregar na Prefeitura hoje. Mas, ao chegar no prédio do BH Resolve, teve a decepção de encontrar o local fechado. "Até acho que o Brasil todo tem que parar, mas preciso concluir uns trabalhos.
Mesmo não tendo conseguido resolver o que tinha para fazer na Prefeitura, vou voltar para o escritório e continuar trabalhando até à tarde", contou.

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