O sonho de virar uma modelo profissional ou uma atriz de sucesso levou garotas de diferentes cidades brasileiras a uma suposta agência em Alfenas, na Região Sul de Minas Gerais.
A descoberta do local foi feita pelo Conselho Tutelar depois de uma denúncia anônima. O imóvel já era monitorado pelo órgão desde fevereiro. “Já tínhamos sido avisados que no local havia um entra e sai de menores e que tinha a suspeita de tráfico de drogas. Como esse crime sai de nossa alçada, entramos em contato com a polícia, mas nada foi feito”, comentou o conselheiro tutelar Paulo Silvério.
No último fim de semana, uma nova denúncia levou o conselheiro novamente até a casa.
Depois que conversou com as meninas e com o suposto agenciador, o conselheiro acionou o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a Polícia Civil. No dia seguinte, retornou bem cedo à casa junto com outras duas agentes do Conselho Tutelar. Como o dono não estava na residência, conseguiram conversar com as sete garotas que estavam presentes. Elas confirmaram os abusos. “Disseram que foram enganadas que seriam modelos, mas não fizeram nenhum trabalho, somente de apresentação quando chegaram. Também comentaram que eram obrigadas a manter relações sexuais com ele, inclusive, tinham uma espécie de batismo”, disse.
Uma garota de 13 anos também relatou, segundo o Conselho Tutelar da cidade, que foi estuprada. “Todas as meninas deram depoimento, inclusive uma de 13 anos. Ela confirmou que havia sido estuprada por ele e que chegou a ter a roupa rasgada na cama. Em outra tentativa, conseguiu se desvencilhar ao correr e se trancar no banheiro”, completou.
Buscas pelas redes sociais
As garotas informaram ao Conselho Tutelar que eram procuradas pelo agenciado por meio das redes sociais.
Outro artifício utilizado pelo suposto agenciador era o imóvel onde morava. Segundo o conselheiro tutelar, o local era usado, anteriormente, como casa de festas. Por isso, tem piscinas e muros altos. Mas uma coisa chama a atenção no imóvel. “O quarto dele era igual aos de motel. Tinha espelhos no teto, frigobar, entre outras coisas”, contou Silvério.
Investigação
Depois de acionada pelo Conselho Tutelar, a Polícia Civil abriu inquérito para investigar o caso. As seis meninas que estavam na casa prestaram depoimento.
A corporação informou que as garotas afirmaram, em depoimento, que o homem prometia acompanhamento nutricional e academia, mas os serviços não eram prestados. Além disso, a alimentação na casa não era adequada. O estupro contra a adolescente também está sendo apurado pela corporação, assim como se há novas vítimas.
O em.com.br tentou contato com o dono da agência, mas ele não foi encontrado.
RB
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