A onda de ataques a escolas de Belo Horizonte continua. Desta vez foi a Escola Municipal Honorina Rabelo, na Regional Nordeste, alvo de arrombamento. Na madrugada desta quarta-feira, criminosos entraram na instituição e roubaram uma televisão e caixas de som do auditório. O alarme da instituição, segundo a Secretaria Municipal de Educação (Smed), chegou a ser acionado, porém, a Guarda Municipal e a Polícia Militar (PM) não conseguiram encontrar os invasores. Segundo a pasta, a contratação de vigias para as escolas já foi autorizada. A expectativa é que os seguranças estejam nas unidades até o meio do ano.
Depois que os vigias foram desligados, uma onda de furtos e roubos aconteceu nas escolas. Somente no feriado de Tiradentes, pelo menos cinco unidades da rede pública foram arrombadas, entre a sexta-feira e o domingo. Uma das mais visadas, como já havia ocorrido na semana anterior, foi a Região Oeste, onde criminosos atacaram dois estabelecimentos (Escola Municipal de Ensino Especializado Frei Leopoldo e Escola Municipal Salgado Filho).
Por causa dos crimes, o prefeito Alexandre Kalil autorizou as instituições de ensino que julgarem necessário a contratar vigias. Cerca de 500 profissionais que faziam a segurança nas unidades da rede de ensino foram demitidos, em maio de 2016, pelo então chefe do Executivo, Marcio Lacerda. No lugar deles, a administração instalou câmeras de videomonitoramento.
Nesta quarta-feira, por meio de nota, a Smed informou que a contratação já está em curso. “O processo de seleção desses profissionais demanda várias fases, como exames admissionais, entrevistas com candidatos, além de readequação de recursos para proceder a contratação. Dessa forma, a contratação pode variar de escola para escola, mas o objetivo da Secretaria Municipal de Educação (Smed) é que as unidades que demandarem vigias tenham finalizado esse processo até o meio do ano”, afirmou.
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Municipal (SindRede-BH) cobra agilidade para o processo de recontratação. "Nós pedimos urgência para a volta dos vigias. Até agora, as escolas tiveram apenas prejuízo material. A nossa maior preocupação é com as possíveis perdas imateriais como, por exemplo, histórico escolar dos estudantes. Não terá como a escola recuperar essas informações", afirma o diretor do sindicato, Wanderson Rocha.
Wanderson também criticou a decisão tomada por Kalil. "Com as últimas depredações, a PBH comunicou que iria autorizar a recontratação de todos os vigias – no início do ano, o prefeito já teria autorizado a recontratação de 50. Porém, a PBH passou a responsabilidade para as direções das escolas", afirma. Segundo ele, recontratar os vigias é sinônimo de abrir mão de programas escolares para que a verba seja destinada aos funcionários. "Os diretores têm receio de perder a verba de programas pedagógicos e de atividades integrais com o retorno dos vigias", explica.
RB