A temperatura mínima registrada na capital mineira nesta quinta-feira foi de 14 graus o início da manhã. À tarde, no entanto, o frio deve dar ligeira trégua, quando a temperatura sobe e deve atingir 26 graus. Não há previsão de chuva para Grande BH e a umidade relativa fica em torno de 40%.
A atual estação e o inverno são marcados por dias frios intercalados por outros quentes, explica a meteorologista Anete Fernandes, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). “Se analisarmos historicamente, essa primeira onda de frio (no último fim de semana) ocorreu mais tarde, pois ela vem em meados de abril”, afirma. A primeira massa de ar frio do ano teve intensidade fraca e ficou na cidade por uns quatro dias. “A característica é essa: de intercalar”, diz.
Por enquanto, ela explica, vive-se um período de neutralidade, sem qualquer influência de La Niña ou El Niño, ou seja, aquecimento ou resfriamento das águas do Oceano Pacífico. “Há uma perspectiva de algum fenômeno, cuja causa a comunidade meteorológica não sabe explicar, no segundo semestre. Uma vez configurada a possibilidade, poderemos projetar se será moderado ou forte, bem como a persistência dele”, ressalta. Por enquanto, de acordo com Anete, há uma predisposição que, se confirmada, será sentida no fim do ano.
Meteorologista do Climatempo, Ruibran dos Reis, por sua vez, afirma que o El Niño vai começar a atuar em breve. “Não devemos esperar muito frio no outono ou no inverno, porque ele está ganhando intensidade. Já era esperado um início de outono mais úmido, mas que, a partir da segunda quinzena, o tempo será seco”, afirma. A frente fria que chega com fraca intensidade vai manter a temperatura mínima na casa dos 16 graus em BH, mas baixar bem a máxima, que não deve passar de 22 graus, segundo a previsão para o domingo. Há expectativa também de chuva.
Um tempo mais aconchegante é o preferido da universitária Ana Luíza Romualdo, de 22 anos. De lenço, o acessório que usa e abusa nesta época, e casaco, ela diz que o frio contribui para as pessoas saírem mais elegantes. “Por mim, pode ficar ainda mais frio, desde que não seja com chuva”, diz. A dona de casa Glorinha Givisiez, de 64, vai viajar para São Paulo e aproveitou a tarde de ontem para comprar roupas mais quentinhas para os netos. “Meus netos moram lá, que é uma cidade mais fria, e avó quando visita sempre leva presente.” A dona da loja de moda infantil Bambolê, Celmy Ferraz Nunes, diz que a coleção de inverno está começando a sair: “É só esfriar que o pessoal começa a comprar”.
SOLIDARIEDADE
Alheios a modelos meteorológicos, quem sente frio e não tem como se agasalhar conta mesmo é com a solidariedade para não passar aperto. Pelo terceiro ano consecutivo, a campanha #CalorHumano, do Servas, vai arrecadar agasalhos, calças, cobertores, calçados, meias e outros acessórios de inverno para doar a instituições beneficentes em Minas Gerais. Na primeira edição, foram coletadas 13 mil peças, número que saltou para 24.427 no ano passado. A mobilização deste ano conta com 26 parceiros e 38 postos de coleta distribuídos pela capital. A lista completa pode ser encontrada no site da instituição (www.servas.org.br).