Em espreguiçadeiras e poltronas, o público com trajes de banho acompanha voos de atletas em pranchas sobre ondas e manobras radicais, ao som de música eletrônica. Esse alto-astral, com características de torneios no litoral, toma conta da Lagoa dos Ingleses, no Clube Serra da Moeda, desde de ontem, com o Brasil Wake Open e o Campeonato Mundial de Wakeboard. As ondas vêm dos rastros das três lanchas potentes que cruzam o espelho d’água da lagoa, em Nova Lima, na Grande BH, rebocando os competidores por um cabo.
O clima de animação contagia também os atletas, afirma Marcelo Marques Giardi, o “Marreco”, presidente da Associação Brasileira de Wakeboard e maior nome do esporte no Brasil. “A gente espera o ano todo para vir a BH. Aqui não é como nas outras etapas, que você compete e depois vai embora para o hotel. Aqui tem um evento, tem gastronomia, tem balada, tem alegria e tem os melhores do mundo no esporte”, considera o atleta paulista, que também anima a competição fazendo a narração em tempo real das manobras que ocorrem na água.
Ontem, os wakeboarders disputaram o campeonato nacional nas categorias de base, infantil, júnior, adulto, máster, veteranos, open masculino e feminino e profissional. No meio da tarde, feras internacionais que disputam hoje e amanhã a etapa brasileira do calendário da World Wake Association (WWA) puderam mostrar sua categoria num treino aberto. São nomes da elite do esporte, como Harley Clifford, Cobe France, Dean Smith, Nic Rapa, Tony Iacconi, Cory Teunissen, Shota Tezuka e Parker Siegele.
Entre os brasileiros confirmados estão Deco Rondi, Marcelo Giardi, Victor Cordeiro, Felipe Miyamoto. “Temos tranquilamente aqui 11 atletas de alto nível entre os melhores do mundo e certamente os cinco que ocupam o topo do esporte e vão encantar as pessoas que vierem assistir com as suas manobras”, afirma Marreco. Na quinta-feira, o vento forte trouxe um pouco de preocupação aos atletas e à organização por atrapalhar a formação das marolas e as manobras, mas o tempo abriu ontem e a previsão é de água sem interferências climáticas para a competição.
Diversão Se dentro da lagoa as manobras radicais são a atração, nas margens e dentro do clube o evento, que chega a receber mil pessoas por dia, tem muitas atrações para a diversão do público e dos atletas. Quem for poderá curtir uma pista de obstáculos de skate, praça de alimentação com food trucks e festas exclusivas. Hoje, tem a Dibbra Wake Party. Amanhã, o tema é “Grand Finale”, em referência ao último dia de competições e à premiação.
Nesse dia, estreia a festa “Noite Maravilhosa” e, ao longo do dia, haverá performance dos DJs Nepal (RJ), Carol Emmerick (RJ), Jaka e Kin, além do show “Os Marcianos”, projeto paralelo dos músicos PJ (Jota Quest), Kiko Perez (Natiruts) e Xande Tamietti (ex-Pato Fu), que voltam pela segunda vez ao evento. O grupo sempre conta com um vocalista convidado e, para este ano foi escolhido Paulo Miklos, ex-Titãs.
“Vim aqui com meus amigos porque gosto de acompanhar o wake e, aqui em BH, é onde a gente fica mais à vontade e curte muito o esporte”, disse a empresária belo-horizontina Kátia Ramos, de 27 anos, que aproveitou os portões abertos do clube para assistir ao Brasil Open.
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