A campanha foi promovida pela mulher dele, Monike da Paz, nos Estados Unidos, junto a amigos do casal e outros brasileiros que moram lá. Um parente deles informou que a família está muito abalada e evita falar sobre o caso com a imprensa.
A morte de Fabrício está sendo apurada pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil, que busca informações oficiais junto ao governo mexicano sobre a morte do mineiro, natural de Guanhães, cidade do Leste de Minas, de 33,3 mil habitantes, a 248 quilômetros de Belo Horizonte. O corpo dele foi encontrado por autoridades locais na sexta-feira, no povoado de Valência, município de Dias Ordaz, estado de Taumalipas.
O Itamaraty informou ter acionado o Consulado do Brasil no México para o levantamento de dados oficiais sobre as circunstâncias da morte do mineiro, a fim de fazer comunicação com a família. O órgão adiantou que vai tratar dos procedimentos burocráticos para a liberação do corpo. No entanto, os gastos com o traslado para o Brasil ficarão por conta dos parentes.
É a segunda morte de brasileiro em tentantiva de entrar ilegalmente nos EUA na era Trump, divulgada desde a posse de Donald Trump. O presidente norte-americano prometeu desde a campanha eleitoral endurecer as regras para impedir a entrada e a permanência de imigrantes latinos em situação irregular no país.
Em meados de março, outro brasileiro, Júlio Barcellos, de 35, morador de Roraima, morreu afogado no Rio Grande, em Nova Loreda, ao tentar atravessar a fronteira do México com os Estados Unidos. Fabrício também é o segundo morador do Leste de Minas que morreu ao tentar a travessia para os EUA em menos de um ano. Em 21 de dezembro ocorreu a morte de Leandro Camilo de Oliveira, de 34, que foi encontrado desidratado em um deserto do Texas. Ele chegou a ser levado para um hospital, mas nao resistiu.
De acordo com o jornal mexicano Reporte Tamaulipas, o mineiro estava com passaporte, o que possibilitou sua identificação. Fabrício vestia jeans, camisa verde e branca e tênis marrom, “além de ter uma tatuagem de um tigre no braço direito”. O Estado de Minas apurou em Guanhães que o rapaz, trabalhador de uma empresa de logística na cidade, já havia sido deportado dos Estados Unidos. Ele fazia a terceira tentativa de entrar no país. Antes, teria tentado a viagem por meios legais, mas não conseguiu visto.
O objetivo do mineiro era se encontrar com a mulher e o filho recém-nascido, que já estavam nos EUA, onde entraram legalmente. A mulher de Fabrício trabalhava em uma agência bancária de Gunhães, mas ainda durante a licença-maternidade pediu demissão do emprego para providenciar a viagem para a América do Norte, o que fez assim que o bebê nasceu.