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Estado de Minas

Família de mineiro morto no México inicia contatos para traslado de corpo

Depois de garantir dinheiro em campanha família da vítima, que morava em Guanhães, fez contato com Consulado Brasileiro no México para repatriar o corpo


postado em 07/05/2017 19:11

Fabrício, na foto com a mulher, Monique, e o filho, João Lucas, se afogou no Rio Bravo(foto: Reprodução da Internet - www.gofundme.com)
Fabrício, na foto com a mulher, Monique, e o filho, João Lucas, se afogou no Rio Bravo (foto: Reprodução da Internet - www.gofundme.com)

Um pai de família que vivia um momento especial, com bom emprego, casamento estável e um filho recém-nascido, e que teve a vida interrompida ao tentar a realização do “sonho americano”. Essa é a história de Fabrício da Silva Santos, de 31 anos, mineiro de Guanhães, Leste de Minas, que morreu afogado ao tentar cruzar ilegalmente a fronteira do México para chegar aos Estados Unidos. Depois da tragédia, a família iniciou uma vaquinha via internet, na tentativa de arrecadar dinheiro para trazer o corpo para o Brasil.

Até o começo da noite deste domingo, campanha junto a amigos e à comunidade brasileira nos Estados Unidos (www.gofundme.com/486nce-ato-de-solidariedade) havia arrecadado mais de US$ 12 mil. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, com os recursos financeiros garantidos, a família de Fabrício fez contato com o Consulado-Geral no México para as providências que visam ao traslado.

Ainda não se sabe, no entanto, quando o corpo chegará a Guanhães. A liberação dependerá da solução de questões burocráticas no México, o que está sendo verificado pela diplomacia brasileira naquele país. O Itamaraty informa que, em respeito à privacidade da família, não pode fornecer informações mais detalhadas sobre o caso e sobre as circunstâncias da morte.

No entanto, as informações que chegaram a Guanhães revelam que a vítima tentou atravessar o Rio Bravo a nado e se afogou. “O Fabrício estava muito bem aqui, com um emprego estável, assim como a mulher dele. Não compreendemos por que ele queria tanto ir para os Estados Unidos”, disse um morador de Guanhães amigo da família da vítima, que pediu para ter o nome preservado.

O rapaz trabalhava em um centro automotivo em Guanhães e deixou a cidade três meses atrás, com o objetivo de se encontrar com a mulher, Monike da Paz, e o filho do casal, João Lucas, de 6 meses, que já estavam nos Estados Unidos, onde entraram legalmente. Formada em Administração de Empresas, Monike trabalhava em uma agência bancária na cidade do Leste de Minas. Mas, ainda durante a licença-maternidade pediu demissão para providenciar a viagem para a América do Norte, o que fez no início do ano.

Como apurou o Estado de Minas, Fabrício já havia sido deportado dos Estados Unidos e fazia a terceira tentativa para entrar no país de Donald Trump. Antes, teria tentado a viagem pelos meios legais, mas não conseguiu o visto. A morte repercutiu muito em Guanhães, onde o rapaz era pessoa conhecida, assim como a mulher dele. A cidade tem um histórico de migração para os Estados Unidos, tendo como uma dos destinos preferidos Pompano Beach, perto de Miami.

A morte na travessia ilegal foi a primeira de um mineiro e a segunda de um brasileiro divulgada desde a posse de Donald Trump, que prometeu desde a campanha eleitoral endurecer as regras para impedir a entrada e a permanência de imigrantes latinos em situação irregular no país. Em meados de março, outro brasileiro, Júlio Barcellos, de 35, morador de Roraima, também morreu afogado no Rio Grande ao tentar atravessar a fronteira.


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