O grupo presidido pelo mineiro dom João Justino de Medeiros – arcebispo coadjutor de Montes Claros, no Norte de Minas, e à frente da Comissão Episcopal para Cultura e Educação da CNBB – tem como integrantes o arcebispo de Maceió (AL), dom Antônio Muniz, e o bispo de Petrópolis (RJ), dom Gregório Paixão. Em todos os estados, principalmente em Minas, Rio de Janeiro e Bahia, há muitos registros de furtos de imagens esculpidas nos períodos colonial e imperial, deterioração dos templos barrocos, além de agressões, a exemplo de pichações como a que ocorreu por duas vezes em menos de um ano na Igreja de São Francisco de Assis, na Pampulha, em Belo Horizonte.
“O patrimônio histórico e artístico pertencente à Igreja nos coloca diante de um privilegiado potencial evangelizador e de um qualificado instrumento para o diálogo com a cultura. Muitas dioceses no Brasil já organizaram comissões locais e têm concentrado esforços de trabalho para a preservação dos seus bens”, afirma dom João Justino. Ele ressalta que são visíveis os resultados dessas comissões. “Algumas regionais da CNBB fizeram o mesmo. O objetivo da nova comissão é o de estimular a atuação da Igreja no Brasil para efetivar o cuidado, a preservação e o uso desse enorme patrimônio que nos foi legado pelas gerações passadas como uma expressão de fé”, define.
RIQUEZA O Brasil tem relevante acervo e contribuição no âmbito dos bens culturais no cenário internacional, destaca o assessor da comissão, padre Danilo Pinto, também atuando no setor de Universidades da CNBB.
Padre Danilo acrescenta que, às vezes, num único local, é possível testemunhar diferentes estilos, períodos e autores históricos. “Este corolário de igrejas, arte-sacra e tradições resulta da fé cristã vivenciada no país, nestes mais de 500 anos de anúncio de Jesus Cristo. Infelizmente esse patrimônio eclético, por carência de recursos ou desinformação, tem sido alvo de depreciação. Sem incluir nesta conta os inúmeros casos de furtos e vandalismo, recentes”, lembrou..