A febre chikungunya é a doença que mais preocupa autoridades de saúde mineiras no momento. Minas Gerais já registrou mais de 13,3 mil casos prováveis da doença. A média nos primeiros 128 dias deste ano é de 104,2 pessoas infetadas a cada 24 horas. Os dados assustam, pois é o pior fase da virose enfrentada pelo estado, que investiga 11 mortes possivelmente relacionadas à enfermidade. Em algumas semanas de 2017, notificações da chikungunya superaram as da dengue.
O número de casos prováveis chega a 13.342, superando em muito os anos anteriores. Deste total, 74 infectados são gestantes. Segundo a SES, o crescimento da doença pode ser ilustrado com o acompanhamento no período de sete em sete dias. Nas semanas epidemiológicas 11 e 12, as notificações da chikungunya foram maiores do que as da dengue.
A alta já era prevista devido a uma conjunção de fatores: as condições ambientais favoráveis à proliferação do mosquito Aedes aegypti; o grande número de pessoas que ainda não tiveram contato com o agente causador; a circulação do vírus na Região Nordeste do estado; e a inexistência de uma vacina ou medicamento específico para conter a virose.
O Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) realizado em 150 municípios mineiros em março preocupa. O resultado indica que 58 cidades estão em situação de risco para ocorrência de surto, 68 em situação de alerta e outros 24 com baixo risco.
Como o Estado de Minas mostrou na edição desta terça-feira, Minas é o segundo estado com o maior número de registros da doença neste ano. Já contabiliza 18,4% do total de registros de todo o Brasil, ficando atrás apenas do Ceará em números absolutos de casos suspeitos. Os problemas causados pela virose, principalmente as dores fortes, já alteram a rotina em municípios mineiros como Governador Valadares, no Vale do Rio Doce. Somente na prefeitura, a média é de 4,5 servidores afastados por dia em decorrência da doença desde o início do ano.
Dengue e Zika
Diferentemente da chikungunya, a dengue segue em baixa em comparação com 2016. Neste ano foram registrados 22.793 casos prováveis da doença, bem menos do que as 527,8 mil notificações registradas em 2016, quando o estado passou pela pior epidemia. A SES já confirmou um óbito, em Ibirité, na Grande BH, e investiga 18 mortes.
Já em relação ao zika vírus, foram registrados neste ano 646 casos prováveis no estado, sendo 117 em gestantes. Nos 12 meses do ano passado, foram 14.086 notificações da doença. Em 2017, 86 municípios já tiveram casos prováveis da enfermidade, destaque para Aimorés, Tumiritinga e Resplendor, e Medina.
(RG)