Segundo relato de alunos da escola, que fica no Bairro Bandeirantes, além dos casos de violência sexual na região, os estudantes têm sido vítimas de assalto nos arredores da instituição, em especial na entrada e saída de aulas. “Estamos indignados com toda essa violência e resolvemos tomar uma atitude para alertar a população”, diz K.G.E., de 17 anos, uma das idealizadoras da passeata. Outra aluna do terceiro ano, S.O., de 16, também organizadora do movimento, afirmou que professores e a associação de moradores da região apoiam a passeata. “Essas mobilizações são importantes pra mostrar que os alunos se importam com o bem-estar uns dos outros e que podemos mudar os índices de violência na região com a nossa união”, ressalta a estudante, lembrando que os jovens ainda esperam algum posicionamento da escola.
A vice-direção afirma não ter informações sobre a passeata. Quanto à violência, a escola explicou que solicitou vigias à Secretaria de Estado da Educação (SEE), mas que eles só podem atuar dentro da instituição. “Na rua, precisamos de policiamento.
A Polícia Civil investiga se um mesmo criminoso é responsável pelos três últimos casos de estupro ocorridos na região. Segundo o major Fábio Almeida, comandante da 17ª Companhia da Polícia Militar, em todos os três casos as vítimas, de 14, 17 e 41 anos, foram abordadas por um indivíduo que aparentemente estava a pé, em vias próximas a algum local isolado. “As vítimas relataram que o responsável usou de força física para levá-las a um lugar ermo”, afirma. As mulheres também disseram que se tratava de um homem negro, com mais ou menos 40 anos e cerca de 1,80 metro de altura.
Em nota, a Polícia Civil informou que a delegada Isabella Franca, da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente, aguarda análise de exames de DNA para verificar a possibilidade de mesma autoria para os casos. Um retrato-falado do suspeito também foi produzido, mas ainda não será divulgado. A delegada não informou quantos casos estão sendo investigados. “Detalhes sobre o caso serão mantidos em sigilo para preservar a identidade das vítimas e possibilitar a identificação e prisão do suspeito”, informou a corporação.
Ainda segundo a Polícia Civil, Minas Gerais participa da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos, usada em todo o país, com informações genéticas colhidos de envolvidos em crimes violentos, como homicídio, latrocínio, estupro e sequestro. Um cruzamento de dados será adotado pela investigação para tentar identificar o responsável e descobrir se ele realmente pode ter ligação com mais de um estupro..