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A manifestação, que conta com a adesão de aproximadamente 350 pessoas, foi organizada pelas alunas do 3º ano do ensino médio que convocaram o restante da escola. Elas gritam "mexeu com uma, mexeu com todas". A estudante Beatriz Rodrigues, de 16 anos, conta que a sensação é de insegurança. "Estamos com muito medo de ir embora pra casa, de ficar no ponto de ônibus. Aqui nunca tem policiamento e é uma área que não é muito movimentada. Nós não vamos deixar ficar assim. Nós cuidamos de nós mesmos, já que ninguém cuida", afirma.
Luana Cunha, de 17 anos, conta que a onda de violência acontece até mesmo dentro da escola. "Acontecem roubos até mesmo dentro do colégio. Depois que tiraram os vigias da porta da escola, o número aumentou", afirma. Ela conta que uma das vítimas de estupro é amiga dela. "Está tentando seguir a vida, na medida do possível. Está com psicológico muito abalado", relata.
- Foto: Paulo Filgueiras: EM/DA Press
Luana Cunha, de 17 anos, conta que a onda de violência acontece até mesmo dentro da escola.
O professor de filosofia da escola, Ronaldo Pereira, destacou que os problemas de insegurança na região são antigos. "Esses casos chegaram ao ápice e ao máximo da violência agora. Não é um problema de hoje e essa repercussão só é possível devido aos casos de estupro com uma aluna da escola e moradoras da região. Isso foi a gota d'água", afirmou.
Ainda segundo o educador, a manifestação é reflexo dos processos educativos cumpridos na escola. "O mais interessante desse movimento foi que ele surgiu de maneira espontânea. É resultado do processo educativo que temos na escola. Aqui, hoje, estamos presenciando uma aula de cidadania verdadeira com um movimento liderados pelos alunos da escola".
- Foto: Paulo Filgueiras: EM/DA Press Em defesa da colega de escola violentada, a jovem conclui que é importante a conscientização de que a culpa é sempre do estuprador. "É importante que a sociedade e, inclusive a vítima, tenham consciência de que a culpa não é dela. Se eu pudesse falar algo pra ela, eu diria que a culpa nunca foi dela, a culpa é dele", relatou a jovem que confessou temer outros casos de violência na região.
A jovem Maria Alice, de 17 anos, disse que o movimento foi organizado pelas alunas do terceiro ano e que não obteve apoio da direção da escola. "Nós ficamos sabendo que ela havia sido estuprada há dois meses por causa da reportagem que saiu em um jornal. A direção da escola não se posicionou em momento nenhum então
nós decidimos nos mobilizar e organizar. Os únicos que nos apoiaram foram os professores que, além de comparecer, cancelaram o simulado que teríamos hoje", ressaltou.
O diretor da escola, Adalgízio Ivan de Alvarenga, de 56 anos, rechaçou que a escola deu todo o suporte aos alunos para que a manifestação acontecesse sem danos à grade letiva dos alunos. "A escola está sim junto com os alunos, as provas de hoje e amanha foram transferidas para a próxima semana. Nós, inclusive, em parceria com a Polícia Militar e associação de bairro, vamos promover ações de conscientização e alertas aos estudantes".
A direção da escola, no entanto, disse que foi orientada pela Polícia Civil a não comentar sobre o caso de estupro com uma aluna, para que as investigações não possam ser prejudicadas.
De acordo com o Tenente Rafael Magalhães, comandante do seto Bandeirantes pela Polícia Militar, os alunos precisam ser conscientizados para também combaterem o crime. "Precisamos ressaltar a importância da conscientização social e da auto prevenção e cuidado dos alunos para que o crime seja afastado. Nós temos intensificado a segurança e estamos buscando evitar todo o crime na região", concluiu.
De acordo com o Tenente Rafael Magalhães, comandante do seto Bandeirantes pela Polícia Militar, os alunos precisam ser conscientizados para também combaterem o crime. "Precisamos ressaltar a importância da conscientização social e da auto prevenção e cuidado dos alunos para que o crime seja afastado. Nós temos intensificado a segurança e estamos buscando evitar todo o crime na região", concluiu.