Servidores da Fhemig e funcionários realizaram um abraço coletivo em frente ao Hospital Alberto Cavalcanti, no Bairro Padre Eustáquio, na Região Noroeste de Belo Horizonte, na manhã desta terça-feira.
O ato, que havia ocorrido na segunda-feira em frente a Santa Casa, na área hospital, Região Centro-Sul de BH, visa alertar a comunidade sobre os prejuízos causados por um possível fechamento da unidade que possui um setor para tratamento oncológico.
De acordo com o técnico de enfermagem, funcionário do hospital e filiado da Associação Sindical dos Trabalhadores Hospitalares de Minas Gerais - Marcelino dos Santos, a direção do Alberto Cavalcanti comunicou aos servidores que a unidade fechará as portas; o que, segundo ele, estaria motivando o atendimento interrompido em tratamentos de câncer.
"A direção nos disse que o hospital pode ser fechado a qualquer momento e o que nos confirma isto, é que estão encerrando serviços essenciais do hospital. O Alberto Cavalcanti é referência em tratamento de câncer e estão desativando aparelhos deixando o tratamento dos pacientes incompleto", lamentou.
Sobre os boatos do encerramento das atividades estarem relacionados a problemas estruturais, o técnico de enfermagem ressaltou que, apesar dos 79 anos de fundação, o hospital conta com áreas totalmente reformadas. "A parte mais velha do hospital hoje, só recebe as internações. Os anexos de emergência e setores de tratamento de câncer, foram reformados há nove anos e estão em perfeitas condições de trabalho.
A escassez de funcionários e na manutenção de aparelhos, também foram pautadas durante o manifesto. Segundo Marcelino, aparelhos específicos para diagnóstico e tratamento de câncer, estão parados há cerca de dois anos aguardando conserto e profissionais capacitados para operação dos mesmos.
"O acelerador linear, específico para tratamento, está instalado e trancado em uma sala aguardando manutenção há dois anos. Um mamógrafo que ajuda no diagnóstico do câncer de mama também está parado trancado em uma sala e eles alegam que não existem verbas para a contratação de serviços e funcionários que ajudem no atendimento aos pacientes".
A Fundação Hospital do Estado de Minas Gerais (Fhemig), informou, por meio de nota, que não há chance de o hospital ser fechado. Sobre a falta de funcionários, foi informado que uma solicitação feita à Secretaria de Estado Planejamento e Gestão busca contratar outros funcionários para atuarem no Alberto Cavalcanti.
A fundação ressaltou, ainda, que os aparelhos para o tratamento oncológico operam normalmente no local e que nenhum paciente teve o atendimento interrompido.
Confira, abaixo, a nota divulgada pela assessoria de imprensa da Fhemig na íntegra:
"A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) nega que haja decisão ou intenção de fechar o Hospital Alberto Cavalcanti.
A Fhemig está, neste momento, estudando as possibilidades e o potencial de cada uma de suas unidades. Foi constatado que o Hospital Alberto Cavalcanti, uma unidade com 102 leitos (sendo 85 leitos em suas enfermarias e 17 em sua unidade de emergência), apresenta graves problemas estruturais que impedem, pela idade e deterioração do prédio, grandes reformas físicas que possibilitariam o aumento de sua capacidade operacional e incorporação tecnológica. A Fhemig entende que é preciso encontrar a alternativa apropriada para o futuro do Hospital Alberto Cavalcanti, referência em oncologia, dentro dos pressupostos da rede de atenção do SUS e em conjunto com a Prefeitura de Belo Horizonte. A Fundação reafirma que não se trata de encerrar atividades de uma unidade hospitalar, mas, antes, busca-se a justa adequação para a prestação de melhores serviços para os usuários do SUS. Em que pese as presentes dificuldades, o Hospital Alberto Cavalcanti mantém aberto seu pronto atendimento e realiza todos os exames necessários à assistência, inclusive a utilização plena do tomógrafo recém instalado. A Fhemig está negociando com a Seplag a possibilidade para a contratação de mais profissionais necessários para completar a equipe de operação dos equipamentos, que funcionam plenamente. Hoje a Lei de Responsabilidade Fiscal impões restrições a novas contratações."