Dois ônibus foram incendiados em Francisco Sá, a 472 quilômetros de Belo Horizonte, no Norte de Minas, na madrugada desse sábado (20). Não houve feridos. Ainda não foram identificados os responsáveis pela queima dos veiculos, que pertencem a uma empresa que faz o transporte de passageiros entre o município e Montes Claros, a 42 quilômetros. A suspeita da polícia é que a ordem para o vandalismo partiu de dentro da Penitenciária de Segurança Máxima de Francisco Sá, de detentos ligados a uma facção criminosa paulista.
Os ônibus estavam estacionados em um patio aberto, próximo à rodoviaria da cidade. A Policia Militar foi chamada por volta das 1h50. Quando os policiais chegaram ao local, as chamas já tinham se alastrado nos dois veículos. Uma equipe do Corpo de Bombeiros de Montes Claros foi deslocada para Francisco Sá, mas não conseguiu chegar a tempo e os ônibus ficaram completamente destruídos.
Testemunhas informaram que, momentos antes do incêndio, ouviram barulho semelhante ao de vidros sendo quebrados. Elas também disseram que nenhum suspeito foi visto.
Segundo um perito da Polícia Civil de Montes Claros, foi encontrado um bilhete perto do local do incêndio com amensagem "em resposta ao que está acontecendo na penitenciária da cidade" e suspeita-se ter relação com uma facção criminosa que age dentro dos presídios. A polícia suspeita que o ataque é uma resposta a fatos ocorridos recentemente na Penitenciária de Segurança Máxima de Francisco Sá. Localizada 18 quilômetros da área urbana, a unidade prisional recebeu condenados perigosos de várias partes do estado. Eles ficam em celas individuais.
No último dia 11, houve a mudança na direção da Penitenciária de Francisco Sá. O novo diretor-geral da unidade é Carlos Adriano Ramos Costa. A reportagem não conseguiu contato com ele neste domingo.
A Secretaria de Estado Administração Prisional divulgou que não houve registro de nenhuma ocorrência com gravidade na Penitenciária de Segurança Máxima de Francisco Sá nos últimos dias.
O delegado regional de Montes Claros, Renato Henriques, informou que o crime está sendo investigado. Ele disse também que não tem conhecimento sobre o bilhete encontrado pela peíicia com o nome de uma facção criminosa.