Uma onda de ataques tem sido registrada contra os novos abrigos de ônibus instalados neste ano em Belo Horizonte, o que levou a empresa responsável pelos equipamentos a denunciar o caso à polícia. Isso porque, enquanto a média de depredação registrada era de uma por mês, o número teve um aumento expressivo em maio: foram 11 ocorrências num intervalo de apenas cinco dias. Os problemas foram registrados entre os dias 13 e 17, na Alameda Ezequiel Dias (cinco pontos), Avenida Amazonas (dois pontos), Raja Gabaglia (dois pontos), Assis Chateaubriand (um ponto) e Afonso Pena (um ponto). Somados, os custos de troca do vidro danificado e da suspensão da publicidade geram prejuízo de R$ 5 mil, por unidade, por semana, à concessionária. Ao todo, a perda financeira soma R$ 55 mil semanais.
O número de ataques somente dos quatro dias de maio já acumula quase o total de abrigos estragados nos cinco primeiros meses do ano passado, quando foram registrados 15 pontos danificados por ação de vandalismo. A prática definida no artigo 163 do Código Penal como crime de dano ao patrimônio público, que a classifica como “destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia”, estabelecendo pena de detenção, de um a seis meses, ou multa.
Os equipamentos que estão sendo alvo da ação criminosa atualmente foram instalados para substituir os antigos abrigos de ônibus da capital. Mais modernos e resistentes, eles fazem parte de contrato para implantação de 1,3 mil unidades, durante 48 meses, prazo que se encerra em 2020. O contrato foi assinado pelo consórcio Emerge BH Publicidade S.A., vencedor da licitação, em novembro do ano passado, e, desde então, 253 novos equipamentos foram instalados.
O que ocorreu foi uma situação fora da curva, fora de propósito. As pesquisas feitas pela BHTrans mostram que a população está satisfeita com os novos abrigos. Então, não há razão para esses casos de vandalismo. Temos certeza de que são casos isolados, mas isso gera prejuízo para todo mundo. Prejuízo financeiro para a empresa e transtorno para as pessoas, que ficam expostas ao sol, chuva e ao frio”, afirma Frederico Nogueira, diretor-executivo do consórcio. Ele afirmou que, depois de dar entrada com uma notícia-crime, junto à Polícia Civil, ele aguarda a investigação para começar a realizar a troca dos vidros.
A substituição não pode ser feita no local e exige retirada do suporte por um caminhão munque para que a estrutura seja levada a um local especializado. “O que chama a atenção é que esse tipo de vidro é temperado e espesso. A pessoa não consegue quebrar com uma pedrada, por exemplo. Ela tem que estar realmente predisposta e usar algum equipamento para essa finalidade”, afirma Frederico.
Fiscalização
Para quem se beneficia dos abrigos de ônibus, a notícia de depredação soou muito mal. Sentadas em um dos abrigos da Alameda Ezequiel Dias, as aposentadas Maria Célia Matos, de 68, e Sílvia Paula de Almeida, de 73, cobram mais vigilância. “Deveria ter um sistema de monitoramento que pudesse identificar o infrator”, sugere Sílvia. “Quem destrói é que tem que pagar a conta”, completa Maria Célia.
Por meio de nota, a BHTrans informou que está promovendo uma campanha contra o vandalismo, que atinge, principalmente, as estações do Move. A empresa ressalta ainda que cada manutenção ou reparo tem um valor, de acordo com o serviço a ser realizado e que, como gestora do contrato, a BHTrans faz o acompanhamento e a fiscalização da implantação, das questões relativas à acessibilidade e à qualidade dos abrigos.
A BHTrans informa que a população pode indicar casos e locais de vandalismo por meio da Central de Atendimento Telefônico da Prefeitura, no telefone 156, ou no portal www.bhtrans.pbh.gov.br, no Fale Conosco, ou ainda no BH Resolve, na Rua dos Caetés, 342..